Jornal Estado de Minas

PARALISAÇÃO

Servidores denunciam negligência da PBH com profissionais de saúde: 'Parem de nos matar'

Um grupo de servidores da área de saúde de Belo Horizonte cruzou os braços por dez minutos nesta segunda-feira (17), em luto pela morte da técnica de enfermagem Shirlene Alves dos Santos, vítima da COVID-19. O protesto ocorreu na entrada do Centro de Saúde Paraúna, em Venda Nova, local em que a funcionária trabalhava. 



De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), que organizou a manifestação, Shirlene fazia parte do grupo de risco para o novo coronavírus, pois apresentava comorbidades como asma, diabetes, hipertensão e obesidade. Mesmo assim, não teria sido afastada pela PBH de suas atividades.

A prefeitura nega ter conhecimento das doenças crônicas informadas pelo Sindibel, tampouco de eventual agendamento de perícia médica para constatação dessas enfermidades.

Terceiro caso 

O último dia de trabalho da profissional teria sido em 7 de agosto, data em que ela sentiu falta de ar. No dia seguinte, ela foi internada na UPA Justinóplis e, de lá, seguiu para o CTI do Hospital Eduardo de Menezes. O óbito, segundo o Sindbel, ocorreu às 2h dessa sexta-feira (14).


O Sindbel denuncia que Shirlene é a terceira profissional de saúde prefeitura de Belo Horizonte morta pelo novo coronavírus. Em toda a Rede SUS-BH, a doença teria matado sete funcionários. A entidade reinvindica afastamento dos servidores do grupo de risco, testagem ampla dos quadros da PBH, além de melhores condições de trabalho e remuneração. 






"Lembramos que estes profissionais da enfermagem estão na linha de frente no combate ao coronavírus e colocam as próprias vidas em risco para cuidar da saúde da população em meio à pandemia. Eles são vítimas não só da COVID-19, mas do descaso do poder público. São estes trabalhadores, tão essenciais à vida, que recebem baixos salários, jornadas excessivas de trabalho, um adicional de insalubridade irrisório, restrições de EPI's e falta de proteção e valorização", diz a nota divulgada pelo sindicado.

PBH constesta sindicato 

Por meio de nota, a prefeitura de BH afirmou não ter registros de eventual pedido de afastamento da servidora Shirlene Alves, tampouco de agendamento de perícia médica para constatação das comorbidades informadas pelo Sindibel no protesto desta manhã. 
 
Ainda de acordo com a PBH, os servidores do município que pertencem ao grupo de risco foram afastados do trabalho presencial desde março. Aqueles que não fazem parte do grupo, mas apresentam situações clínicas temporárias que representem ameça à saúde no contexto da pandemia, devem solicitar uma perícia documental. Uma vez que a condição é comprovada por atestado médico, o servidor tem a licença acatada, "conforme definido na portaria SMPOG nº 13/2020 de 02/04/2020", afirma o texto. 






Veja o comunicado na íntegra: 

"A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que não consta pedido de afastamento e nem de agendamento de perícia médica relacionados às comorbidades por parte da servidora.

Desde março, como medida de prevenção ao contágio, os profissionais com idade superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes e os comprovadamente imunossuprimidos, cujas funções impliquem o contato direto com pacientes com suspeita de Covid-19, foram afastados do trabalho presencial, conforme portaria disponível no link: https://portal6.pbh.gov.br/dom/iniciaEdicao.do?method=DetalheArtigo&pk=1227148

Não estando neste grupo, mas apresentando situações clínicas temporárias que impeçam a realização do trabalho, os profissionais devem realizar a perícia documental. Desta forma, todos os servidores cuja condição de saúde, comprovada por atestado médico, indiquem necessidade de afastamento, têm suas licenças acatadas, de acordo com a avaliação da perícia médica documental, conforme definido na portaria SMPOG nº 13/2020 de 02/04/2020.  A Secretaria Municipal de Saúde mantém diálogo permanente com o Sindicato."

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O que é o coronavírus

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp



Como a COVID-19 é transmitida?


A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.



Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?



Como se prevenir?


A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê



Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

Vídeo explica porque você deve aprender a tossir

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Mitos e verdades sobre o vírus


Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.



Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

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