Os índices de ocupação de leitos em Minas Gerais tem abaixado nas últimas semanas. Nesta segunda-feira (17), a proporção de leitos ocupados no estado é de 64,77%. Dos pacientes com COVID-19 ou suspeita, é de 25,2%. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).
De acordo com o painel de monitoramento dos casos de coronavírus no estado, são 2.427 pacientes internados em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Entre eles, 958 estão com COVID-19 ou suspeita da doença.
As regiões de Minas com menos vagas são o Centro e Triângulo do Norte, que estão com taxa de ocupação de UTI acima de 70%. Confira:
Proporção ocupada Leitos UTI
- Centro - 73,31%
- Centro-Sul - 51,19%
- Jequitinhonha - 66,67%
- Leste - 44,29%
- Leste do Sul - 58,97%
- Nordeste - 60,42%
- Noroeste - 57,61%
- Norte - 50%
- Oeste - 55,86%
- Sudeste - 63,47%
- Sul - 59,63%
- Triângulo do Norte - 77,92%
- Triângulo do Sul - 55,38%
- Vale do Aço - 69,15%
A liberação de vagas no sistema público de saúde aponta para um possível alívio da pandemia em Minas e exclui de vez a necessidade de utilização do Hospital de Campanha montado no Expominas, em Belo Horizonte.
Nesta segunda-feira, o governo anunciou que os profissionais da estrutura vão atender em unidades da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig).
Com custo de R$ 5,3 milhões, o Hospital de Campanha foi projetado para oferecer 740 leitos de enfermaria e 28 de estabilização. A estrutura não dispõe de leitos de terapia intensiva. Depois de construído, foram meses sem que qualquer um dos leitos tivessem sido utilizados.
O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, listou alguns motivos para a realocação desses profissionais durante coletiva de imprensa no início da tarde:
- Ausência de demanda pelos leitos do Hospital de Campanha
- Melhoria no percentual de ocupação de leitos no estado, em especial na Região Central.
- Tendência de redução de casos no estado
- Fortalecimento no atendimento das unidades da Rede Fhemig
Conforme o boletim da Secretaria de Estado de Saúde divulgado nesta segunda-feira, Minas Gerais tem 175 mil casos da COVID-19. Desse total, 4.223 resultaram em morte.
(Com informações de Márcia Maria Cruz e Cristiane Silva)
Devido ao fechamento de 100 leitos no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), os ministérios públicos Federal (MPF) e de Minas Gerais (MPMG) pediram na Justiça a reabertura destes postos, por meio de uma ação civil pública. Outro problema citado na ação foi a suspensão de atendimentos ambulatoriais de quaisquer especialidades no período da pandemia.
Os 100 leitos fechados equivalem a 20% do total de 506 que podem existir no HC-UFU. Em visita à unidade, a equipe do MPF constatou que duas enfermarias estão bloqueadas, além da enfermaria de uma ala de cirurgia. Parte deste setor, inclusive, foi transformado em mais uma área administrativa do hospital. Na ação, os promotores e procuradores citam que nada foi feito para aumentar a capacidade de atendimento da unidade para pacientes que necessitam de tratamento para COVID-19.
“Em face da pandemia, reduziu a oferta de leitos para internações gerais, a exemplo de cirurgias eletivas, cirurgias cardíacas, oncológicas, tudo sob o pretexto de destiná-los ao atendimento de pacientes com COVID-19, deixando de atender diversas situações de urgência e emergência”, diz ação.
“Em face da pandemia, reduziu a oferta de leitos para internações gerais, a exemplo de cirurgias eletivas, cirurgias cardíacas, oncológicas, tudo sob o pretexto de destiná-los ao atendimento de pacientes com COVID-19, deixando de atender diversas situações de urgência e emergência”, diz ação.
Ainda é informado que entre 27 de fevereiro e 27 de julho, o HC-UFU “atendeu a 547 pacientes suspeitos de COVID-19, sendo que, desse total, confirmou-se somente 127 casos de pacientes positivos. Ora, nesse mesmo período, a rede municipal atendeu mais de 46 mil pacientes”.
Mais um constatação feita por procuradoria e promotoria foi que há problemas no cumprimento de metas quantitativas de procedimentos, apesar dos repasses de verbas feitos por Prefeitura Municipal de Uberlândia, Estado de Minas Gerais e União. “Basta tomar como exemplo o fato de o Hospital de Clínicas não realizar o mínimo de 20 cirurgias cardíacas por mês e de suspender o tratamento de pacientes oncológicos”.
Pedidos
A ação pede que a Justiça determine que a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e a Fundação de Assistência, Estudo e Pesquisa de Uberlândia (Faepu) tenham o total de 506 leitos reabertos no Hospital de Clínicas, que sejam reiniciados os atendimentos em todos os ambulatórios, que voltem os exames que haviam sido suspensos na unidade e que também seja apresentado um cronograma para tratamento dos pacientes que deixaram de ser atendidos desde 27 de fevereiro. Os prazos seriam de 10 dias a partir da possível decisão favorável da Justiça.
HC-UFU
Procurado, o Hospital de Clínicas da UFU informou que a direção não foi notificada sobre a ação e que se manifestará após tomar ciência dos fatos.