Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Transmissão do coronavírus acelera e ameaça nova reabertura em BH

 

A velocidade de transmissão do novo coronavírus medida pelo fator RT voltou a crescer em Belo Horizonte nesta terça-feira (18) e alcançou o nível amarelo, o intermediário, da escala de risco. Em média, cada infectado leva a doença para exatamente uma pessoa, conforme boletim epidemiológico e assistencial divulgado pela prefeitura.





 

Tal fator faz com que dois dos três indicadores fundamentais para a tomada de decisão do prefeito Alexandre Kalil (PSD) estejam na zona intermediária. Além do fator RT, a taxa de ocupação de leitos de UTI está nessa situação.

 

Com isso, uma nova reabertura do comércio da cidade – ou a ampliação da atual para todos os dias ou horários – está ameaçada.

 

Na tarde desta terça-feira, o prefeito Kalil recebeu representantes do comércio, bares e restaurantes. Segundo os empresários, o Executivo municipal não tem data para reabrir esses setores. O pedido deles foi para que a PBH avalie o aumento de mais um dia de flexibilização e o funcionamento dos restaurantes ao menos durante o almoço.

 

De acordo com a prefeitura, as propostas estão em análise "com base nos números da pandemia em Belo Horizonte".

 

Casos e mortes

 

Ainda no boletim desta terça, a prefeitura informou que a cidade concentra 29.273 casos confirmados da COVID-19: 839 mortes, 3.028 em acompanhamento e 25.406 recuperados.





 

Na comparação com o balanço anterior, foram adicionados 624 casos confirmados e 26 mortes pela enfermidade.

 

A região com maior registro de óbitos é Venda Nova (112). Em seguida estão: Nordeste (108), Noroeste (107), Oeste (96), Barreiro (93), Leste (89), Centro-Sul (87), Norte (79) e, por último, Pampulha (68).

 

Quanto ao perfil das vítimas, são 467 homens e 372 mulheres que perderam a vida pela doença em Belo Horizonte. A maioria deles, 81,3% (682) eram idosos. Outros 16,2% (136) tinha entre 40 e 59 anos; e 2,5% (21) entre 20 e 39 anos.

 

Quanto à cor, 49,8% das pessoas diagnosticadas com casos graves eram pardas, 25,7% brancas, 9,3% pretas e 0,9% amarelas. De acordo com a PBH, 14,3% não tem cor especificada ainda.

 

Além disso, 97,5% dos óbitos são de pessoas sem fator de risco, segundo a prefeitura. Apenas 21 mortes sem comorbidades: 18 homens e três mulheres.





 

A idade, cardiopatia, diabetes, pneumopatia, obesidade, nefropatia e doenças neurológicas são as comorbidades mais comuns.

 

Leitos

 

 

 

 

A ocupação dos leitos de UTI para COVID-19 voltou a cair em Belo Horizonte no balanço divulgado nesta terça-feira. Na soma entre a rede pública e a privada, a prefeitura registra 63% de utilização dos leitos das unidades de terapia intensiva. No balanço anterior, o índice era de 63,8%.

 

Isso coloca o índice na zona amarela da escala de risco, a intermediária, classificada entre 50% e 69%. Ao considerar somente a rede pública, o índice está 66%. 

 

Outro parâmetro importante para o acompanhamento das autoridades de saúde durante a pandemia é a ocupação dos leitos de enfermaria. Esses são destinados a pessoas diagnosticadas com o vírus, mas que enfrentam quadros clínicos menos graves, a síndrome gripal. Lá, o índice subiu para 48,6% nesta terça, considerando públicos e particulares.

 

Portanto, a ocupação das enfermarias em BH está na fase verde da escala, a de menor risco de colapso do sistema de saúde.

 

Testes 

 

BH já realizou 211.904 testes para detecção do novo coronavírus. Desses, 98.744 são do modelo RT-PCR, considerado o padrão-ouro da Organização Mundial da Saúde, o mais fidedigno. 





 

Outros 113.009 exames são da molidade rápido, aqueles encontrados nas drogarias da cidade.  

 

O que é o coronavírus

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp



Como a COVID-19 é transmitida?


A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?



Como se prevenir?


A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.



Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê



Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

Em casos graves, as vítimas apresentam

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

Vídeo explica porque você deve aprender a tossir

VIDEO1

Mitos e verdades sobre o vírus


Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

Para saber mais sobre o coronavírus, leia também: