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Estado de Minas

Estiagem prolongada aumenta risco de incêndios em Minas Gerais

Tempo seco e baixa umidade colocam bombeiros e brigadistas de prontidão para combate a incêndios em parques e matas. Estiagem deve permanecer até segunda quinzena de outubro


19/08/2020 06:00 - atualizado 19/08/2020 08:51

No indicador de Risco de Incêndios Florestais, no Parque Estadual do Rola Moça, na Grande BH, o aviso é claro: o nível está crítico, o mais grave dos quatro estágios de medição(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
No indicador de Risco de Incêndios Florestais, no Parque Estadual do Rola Moça, na Grande BH, o aviso é claro: o nível está crítico, o mais grave dos quatro estágios de medição (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)


O inverno na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com os termômetros oscilando entre dias mais quentes e frios, traz tradicionalmente também cenário com tempo seco, estiagens prolongadas e um alto risco de incêndios em matas, florestas e pastos. Neste ano, foram registrados 8.719 incêndios florestais no estado, segundo o Corpo de Bombeiros. Desses, 1.210 na Grande BH, sendo 862 na capital.

Apesar de haver redução em relação ao ano passado, e até mesmo se comparados julho de 2020 e 2019, os riscos continuam altos. No Parque Estadual do Rola Moça, na Região Sul da cidade, o indicador de Risco de Incêndios Florestais aponta para situação "crítica", a mais elevada dos quatro níveis de medição (no vermelho).

O meteorologista do Climatempo Ruibran dos Reis observa que há mais de 80 dias não chove nas regiões Central, Triângulo, Noroeste e Norte. A última chuva significativa, acima de 10mm em um só dia, foi em 25 de maio. As altas temperaturas e as estiagens deverão permanecer até a segunda quinzena de outubro.
 
As previsões não são boas, segundo o meteorologista, mesmo com perspectiva de uma frente fria para o fim de semana, com alguma precipitação "nada significativa somente para o Sul de Minas e Zona da Mata". A tendência é de altas temperaturas, baixa umidade do ar e, como consequência, aumento de focos de incêndios, comuns nesta época do ano.

Vestígio de fogueira no topo da Serra do Curral: mesmo com redução de focos de queimadas, riscos continuam altos (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Vestígio de fogueira no topo da Serra do Curral: mesmo com redução de focos de queimadas, riscos continuam altos (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)

Na Serra do Rola Moça, unidade ambiental na Grande BH, risco de queimada está no estágio mais grave (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Na Serra do Rola Moça, unidade ambiental na Grande BH, risco de queimada está no estágio mais grave (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
"Quando converge muita umidade no hemisfério norte, desce uma incidência em altitude para a Amazônia, dificultando que a umidade formada na floresta venha em direção ao Oceano Atlântico", detalha, ao explicar a baixa formação de chuvas, principalmente nas regiões central e Sudeste do país.
 
De acordo com o Corpo de Bombeiros, em julho foram registrados 3.500 incêndios florestais em Minas, 524 na região metropolitana e 195 em Belo Horizonte. O sargento Aloísio Henrique de Souza, do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad), explica que a prevenção é a primeira linha de combate contra os incêndios florestais. "Mas temos a consciência de que a completa prevenção a todos os incêndios é quase uma meta inatingível."
 
Os trabalhos incluem geração de um banco de dados através do geoprocessamento dessas áreas e uma espécie de parceria com as pessoas que moram no entorno de áreas mais vulneráveis, com recomendações antifogo e criação de aceiros (faixas de segurança sem vegetação) nos terrenos. O sargento ressalta também a importância das ações de brigadas voluntárias, muitas vezes treinadas também pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF).
 
O IEF recomenda que as pessoas não utilizem o fogo em suas propriedades rurais durante o período crítico de incêndios florestais. Se for necessária a utilização do fogo o cidadão deve solicitar o requerimento para autorização de queima controlada, nos casos previstos na legislação pertinente.  Sempre que alguma pessoa detectar incêndios florestais em vegetação, uma denúncia pode ser feita pelo 193 (CBMMG) contribuindo na agilidade da resposta. 

Segundo o instituto, em 2020 serão contratados 265 brigadistas, que auxiliarão os funcionários das unidades de conservação estaduais e atuarão em complemento às brigadas parceiras,  privadas, voluntárias ou de outras instituições governamentais, como os bombeiros e polícias Militar e Civil, Defesa Civil Estadual (CEDEC), Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), instituições que compõem a Força Tarefa Previncêndio (esforço do Governo de Minas na atuação conjunta dessas instituições no combate aos incêndios florestais). 

Entre 2013 e 2019 as brigadas voluntárias estiveram presentes em cerca de 20% das ocorrências de incêndios em Unidades de Conservação estaduais e representam uma importante força de trabalho em apoio ao combate aos incêndios florestais.

Para ser um brigadista voluntário é necessário que a pessoa tenha boas condições de saúde, ter mais de 18 anos e seja capacitada em curso de formação de brigadista florestal. O curso, no caso do IEF, contém conteúdos teóricos e também é realizada uma queima de forma controlada para os participantes ficarem aptos ao exercício da atividade de brigadista. 

Fiscalização


Em nota, a Copasa afirma que intensificou as fiscalizações em pontos críticos e estratégicos, mais sensíveis a incêndios, além de ter tomado ações preventivas, como recuperação de aceiros. E ainda que dispõe de brigadas de incêndio próprias para a proteção de seus mananciais e parques.
 
Segundo a Copasa, vigias e supervisores atuam na fiscalização com o uso de motocicletas, carros e barcos com kit básico de combate a incêndio. Há também um caminhão-tanque dotado de canhão de lançamento de água a até 70 metros de distância, reboques com cilindro de 700 litros de água pressurizada e caminhonetes com pequenos reservatórios de água.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


Serra da Canastra arde


O Parque Nacional da Serra da Canastra, no Centro-Oeste de Minas, foi atingido por um incêndio de grandes proporções. O fogo começou no sábado, no distrito São João Batista da Canastra. Brigadistas locais, da Serra do Cipó e do Parque Nacional do Caparaó se uniram para combater as chamas. Há suspeita de que o fogo seja criminoso. A área está fechada desde 22 de março, por causa da pandemia de coronavírus. Ontem, 12 militares especializados de Uberlândia, Uberaba e Araxá foram enviados ao local. Os grupos se dividiram em três frentes de trabalho. Deslocamentos são feitos por helicópteros, veículos ou a pé. Está prevista a chegada de um avião para auxiliar nas ações, dificultadas pelos fortes ventos.


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