Notícias boas em relação à pandemia do novo coronavírus são raras e, por isso, válidas de serem comemoradas. É o caso da cidade de Nova União, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que há 12 dias se mantém sem casos notificados ou confirmados da COVID-19. O município, que tem pouco mais de 5 mil habitantes, chegou a ter 27 testes positivos e pessoas em isolamento, mas agora luta para se manter estável em relação à doença.
Leia Mais
COVID-19: Monte Verde desenvolve sistema para controlar entrada de turistasCoronavírus: com 130 mortes em 24 horas, Minas chega a 4.436 no totalCoronavírus: hospitais de Itabira recebem respiradores; Estado contabiliza quatro mil aparelhosCom cenário 'controlado', Patrocínio ignora decisão do TJ e não adere ao Minas ConscienteJuatuba: Casos confirmados de COVID-19 aumentam 26% em uma semana
Moradora de Nova União, Andreza Cristina dos Santos, de 25 anos, conta que pior que sentir os sintomas da doença é ter o psicológico abalado. Ela tem bronquite, é do grupo risco e foi a primeira a testar positivo em sua família, que, ao todo, teve oito casos confirmados. Por 12 dias ela sentiu tosse, cansaço respiratório, dor no corpo e na cabeça, irritação na garganta, perda de paladar e olfato.
“Fiquei muito abalada e ansiosa. Não conseguia parar de pensar onde eu poderia ter me contaminado e se eu havia transmitido a alguém. Eu não consigo falar o que é pior, se são os sintomas, o medo de ficar em estado grave ou se é o fato de ficarmos distantes de quem amamos”, conta Andreza, que tem uma filha de 2 anos e 5 meses que, durante um período, ficou com a avó para que ela cumprisse a quarentena.
Hoje Andreza comemora: “Vemos tantas cidades com números altíssimos que é um privilégio estarmos sem casos dessa doença. Agora, as pessoas têm que continuar fazendo a sua parte e manter os cuidados de prevenção”, pontua a moradora que já voltou à vida normal, tem trabalhado de forma parcial, devido ao isolamento social, e encontra-se totalmente recuperada.
Estragégia Saúde da Família
Para o procurador de Nova União, Lucas Soares Pinto Fernandes, um fator primordial para a contenção dos casos está sendo a atuação da equipe de ponta do Estratégia Saúde da Família (ESF). “Ao identificar um caso suspeito, eles isolam e fazem o acompanhamento de forma rigorosa", disse.
"Na entrevista, são pesquisados todos os outros indivíduos que tiveram contato com o doente, que também são procurados pela equipe de saúde e de quem é exigida a quarentena de 10 dias, mesmo estando assintomáticos. Isso está sendo determinante para conter a transmissão comunitária”, concluiu Fernandes.