Segundo o delegado Vinícius Augusto de Souza Dias, da 3ª Delegacia Regional de Polícia Civil - Sul, a corporação vai analisar o material encontrado. O objetivo é saber se o sangue é da criança ou do frango que a empregada cozinhava naquele momento. "Vamos identificar se é sangue humano e qual a origem", garantiu o chefe das investigações.
Os investigadores, inicialmente, não consideram a hipótese de homicídio. M.A.S. morreu após passar pela tela que protegia uma das janelas de um apartamento do 4° andar no edifício Via Lactea, situado na Avenida Arthur Bernardes, 1.300. Ele caiu de uma altura de aproximadamente 13 metros.
Segundo os bombeiros, quando as equipes chegaram, o menino já estava morto. Ele morava com a mãe, A., o pai, R.F.S (ambos de aproximadamente 45 anos), a irmã, de 18, e a avó. No momento do incidente, M.A.S estava sozinho com a empregada doméstica.
Investigação
Os trabalhos iniciais da perícia mostram que a criança teria arrastado uma cadeira para debaixo da janela e cortado a tela de proteção com uma tesoura escolar. Ao colocar a cabeça para fora, ela teria se desequilibrado, já que não há indícios de que tenha subido no parapeito.
Testemunhas ouvidas até o momento na delegacia disseram que era comum a criança demonstrar rebeldia ao ser censurada pela mãe, o que ainda será verificado pelas investigações. “Também será constatado se há vestígios de outras pessoas na tesoura do menino”, afirmou Dias.
O delegado contou ainda que a empregada doméstica está muito abalada com o incidente. “Ela estava muito assustada e triste, porque ela relata que tinha um carinho muito grande pelo menino”, disse o delegado, que não soube precisar há quanto tempo a funcionária trabalhava no local. Os pais de M.A.S serão ouvidos posteriormentes, já que estão em estado de choque.
A queda
Agentes da PM relatam que M.A.S. teria discutido com a mãe pouco antes de cair da janela. Ela teria chamado a atenção do filho por estar muito tempo envolvido com atividades no computador. A mulher então desligou o aparelho, o que teria deixado o menino irritado. Em seguida, saiu de casa para levar a avó do garoto a uma consulta médica.
M.A.S. aproveitou a brecha para tentar sair do edifício, mas foi barrado pelo porteiro. Ele então voltou para casa e, pouco tempo depois, foi visto já desacordado na calçada pela empregada. Ela teria ligado para o pai da criança e acionado a PM.
Muito abalada, a mãe chegou a ser levada ao hospital, em estado de choque. A irmã da criança, de 18 anos, também ficou muito abalada, assim como a funcionária da família, que precisou ser amparada por vizinhos. Ela relata que fazia o almoço e cuidava dos afazeres da casa no momento da queda.
O corpo de M.A.S. foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).