O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou nesta terça-feira (18) uma ação pedindo à Justiça que a prefeitura de Ouro Preto ofereça apoio ao Lar São Vicente de Paulo, que passa por um surto da COVID-19.
Em nota, o presidente da instituição, Geraldo Magela Caetano, informou que o surto já atingiu 35 moradores, resultando em quatro óbitos. Duas dessas mortes aconteceram na última segunda-feira (17).
Entre os funcionários, 20 já foram contaminados, sendo que cinco continuam em isolamento domiciliar.
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De acordo com o texto da ação do MPMG, o município ainda não ofereceu uma resposta efetiva para a demanda da instituição. Ainda segundo o MPMG, é preciso que “o município disponibilize local reservado ao alojamento de idosos abrigados com suspeita ou efetivamente contaminados pelo novo coronavírus”.
A ação, de autoria do Ministério Público ainda pede que a administração municipal seja obrigada a oferecer Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e itens de higiene para os funcionários do Lar São Vicente de Paulo, além de treinamento para evitar a disseminação do vírus entre os moradores.
O secretário de Saúde de Ouro Preto, Paulo Marcos Xavier, esclareceu que as ações descritas pelo MPMG, são proposições da própria Secretaria de Saúde do município. O secretário acrescentou ainda que já havia um plano de ação em curso, e que nesta quarta-feira (19), foi concluído um termo de cooperação entre a administração municipal e o Lar São Vicente de Paulo.
Possível negligência
Em nota divulgada, o presidente do Lar São Vicente de Paulo afirmou que o primeiro caso de COVID-19 na instituição surgiu no final de julho. Um morador precisou de atendimento médico no dia 9 julho, em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em Ouro Preto.
Na ocasião, os acompanhantes do paciente teriam indagado o médico que prestou atendimento sobre a necessidade da realização de um teste para a COVID-19. O profissional teria dito que não havia indicação clínica para tal, uma vez que o caso seria de infecção urinária.
O morador da instituição ficou internado na Santa Casa de Misericórdia até o dia 17 de julho, quando recebeu alta e retornou para seu quarto, permanecendo em isolamento. No dia 26 julho, o idoso apresentou piora clínica, falecendo no mesmo dia. Após o óbito, o teste para a COVID-19 foi realizado e o resultado foi positivo.