A pandemia do novo coronavírus fez com que a procura por exames de raio-X aumentasse, uma vez que a doença ataca as vias respiratórias e só as imagens obtidas pelo procedimento podem nortear o médico a designar o melhor tratamento ao paciente. Em Belo Horizonte, técnicos de radiografia denunciam que os aparelhos convencionais para a realização do método nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) são antigos e que faltam profissionais para suprir o aumento da demanda pelo exame.
Quem recebeu as denúncias foi o Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos de Belo Horizonte (Sindibel). De acordo os relatos recebidos pela entidade, as UPAs de BH contam apenas com um técnico de radiologia. Além de realizar o exame, o profissional também é responsável pelo posicionamento do paciente e pelo preenchimento do cadastro. Mas, segundo os servidores, o processo fica ainda mais demorado por causa da lentidão do equipamento, que é do modelo antigo. Na capital, somente a UPA Leste tem aparelho digital, dizem os especialistas.
“Necessitamos de um segundo técnico nas unidades porque realmente estes profissionais estão adoecendo por conta deste aumento no atendimento. Voltamos do nosso horário de almoço e nos deparamos com o acúmulo de pacientes esperando para ser atendidos. Se houvesse mais um técnico, enquanto um cumpre o horário de almoço o outro poderia estar atendendo, reduzindo assim a aglomeração na espera”, disse uma servidora que não prefere ser identificada.
Os servidores garantem que a contratação de um segundo técnico de radiologia poderia dar uma vazão maior aos atendimentos. Na visão dos especialistas, enquanto um profissional faz o exame, o outro atuaria na questão do cadastro e do posicionamento do paciente, inclusive aqueles debilitados, que pedem um maior suporte no momento do procedimento.
De acordo com o presidente do Sindibel, Israel Arimar de Moura, o problema da falta de pessoal e de equipamentos afeta as UPAs de uma maneira geral, mas que o índice de reclamações é maior na UPA Noroeste (Odilon Behrens) e na UPA Barreiro, uma vez que a demanda por atendimento nos locais é maior.
Para tentar sanar o problema, o Sindibel afirmou que pediu para a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) a contratação de mais um técnico ou a modernização dos aparelhos de raio-X. No entanto, o presidente da entidade disse que a demanda enviada há mais de um mês ainda não foi respondida pela pasta.
“O sindicato já fez a solicitação para a SMSA: ou contratar mais profissionais, para ter, no mínimo, dois técnicos de radiografia ou trocar os aparelhos, modernizar os equipamentos. Mas a gente não teve retorno”, disse Israel.
Resposta da Prefeitura de Belo Horizonte
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da SMSA, disse em nota que mantém diálogo constante com o Sindibel e que respondeu os questionamentos feitos em relação aos técnicos de radiologia. A pasta entende que a equipe disponível atende às demandas atuais.
Sobre os equipamentos de raio-X, a secretaria informou que comprou e entregou um aparelho novo na UPA Norte, inaugurada recentemente, e que está finalizando o processo de aquisição de nove máquinas para as UPAs e Unidades de Referência Secundária (URS). A pasta também destacou que houve substituição do aparelho na UPA Noroeste.
Veja a íntegra da nota da PBH
A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que mantém diálogo constante com o Sindibel e já respondeu aos questionamentos feitos pelo sindicato relacionados aos técnicos de radiologia.
A avaliação é que a equipe de radiologia atende às demandas atuais.
Sobre a troca dos equipamentos de raio-X, a SMSA informa que já realizou a compra e a entrega do aparelho na nova Upa Norte, e que está em fase final de aquisição o processo de compra de 9 aparelhos para as UPAs e URS da capital. Na UPA Noroeste o equipamento também já foi trocado.