Uma diarista acusa um policial militar de agressão com socos e chutes em Monte Belo, no Sul de Minas. Vânia de Oliveira Lima, de 37 anos, foi presa por desacato dentro da prefeitura, na segunda-feira (17), após solicitar a troca da casa, um benefício do programa de aluguel social.
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A Secretaria Municipal de Assistência Social informou, por meio de nota, que lamenta o fato e que, em nenhum momento, recusou-se a ouvir a mulher. “Foi disponibilizado outro imóvel para a beneficiária, mas que não a agradou. Diante da negativa da solicitação feita, a beneficiária começou a ter comportamento agressivo. Ela passou a ofender os funcionários de forma descontrolada e agressiva e que, por isso, a polícia foi acionada”, trechos da nota enviada pela prefeitura.
De acordo com a Policia Militar, ainda na prefeitura, um cabo da PM prendeu a diarista por desacato, lesão corporal e por ter resistido à prisão.
“O boletim de ocorrência, registrado no dia aponta que foi necessário o uso da força para conter e algemar essa civil. Mesmo depois de ser algemada e dentro da viatura policial, essa civil ainda danificou partes internas da viatura com chutes, O veículo passou por perícia. O cabo também relatou que foi agredido e que apresentava lesões leves causadas por unhadas”, disse Layla Brunnela, capitã da PM.
No vídeo gravado pela diarista, ela também relata as agressões. “Meu celular caiu no chão e eu fui pegar. Ele falou que eu tinha virado as costas pra ele. Ai, ele torceu meu braço, me jogou contra a parede, me apertou e me algemou. Em seguida, me empurrou e me colocou na viatura. E ainda bateu minha cabeça na parede interna da viatura. Foi quando ele me levou para um loteamento e me espancou. Depois, me colocou na viatura e me levou para o quartel. Aí eu apanhei”, relato da vítima nas imagens.
Recebeu alta
Vânia recebeu atendimento na Santa Casa de Monte Belo e, depois, foi levada para o Hospital Alzira Velano, em Alfenas. A diarista teve alta na tarde dessa quarta-feira (19), mas segundo ela, ainda não consegue andar e precisa usar fraldas. “Ele bateu na minha barriga, nas minhas partes íntimas. Dava murros na região do peito. Ele pisou aqui, no ombro, tem a marca certinha. Eu desmaiei”, completa Vânia.
A PM abriu um inquérito militar para investigar o caso. "O cabo apontado como autor das agressões não foi afastado. Ele continua trabalhando, enquanto o inquérito militar não é finalizado", diz a capitã.
A Polícia Civil também investiga o caso. De acordo com a polícia, a mulher deve responder por desacato e lesão corporal.