A adesão de Divinópolis, região Centro-Oeste de Minas, ao programa “Minas Consciente” do governo do Estado provocou reação imediata aos donos de academia. Com as portas abertas por cerca de 60 dias, eles tiveram que recuar. Foi aproximadamente uma semana sem poderem funcionar, até o município encontrar uma brecha para permitir a flexibilização com o cumprimento das normas sanitárias.
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Não demorou uma semana até o estado reavaliar e permitir a retomada do setor dentro da “onda amarela”. Os protocolos definidos pelo município desde o primeiro dia da reabertura das academias na cidade facilitaram para que os empresários se adaptassem às novas exigências do programa.
Em um estabelecimento, foi necessário desativar alguns aparelhos para assegurar o distanciamento mínimo exigido entre os alunos. “Aumentamos o número de borrifadores com álcool, assim como dispenseres de papel toalha. Tapete higienizador de calçados na entrada, além do termômetro digital”, conta o proprietário Marco Túlio Narciso.
Apesar da flexibilização, ele contesta alguns pontos do novo protocolo. “Acredito que o limite de alunos permitido por hora é muito reduzido, tem academias na cidade que possuem 2 mil m² de área disponível e podem atender apenas 12 clientes. Acredito que é possível ter uma maior flexibilização nesse sentido e, ainda sim, garantir segurança”, comenta.
As restrições também pesam economicamente no cálculo “mais custo versus menos alunos”. “Os custos de funcionamento estão bem maiores pelo gastos com materiais de limpeza e, principalmente, pela restrição de clientes por hora”, conta. Para não pesar para o cliente, ele diz que a maioria dos donos está “apenas sobrevivendo”. “Não é justo repassar esse maior custo ao cliente, ainda mais na conjuntura atual. Tentamos enxergar os dois lados da história, para que, quando tudo isso passar, possamos oferecer saúde às pessoas, como sempre fizemos”, finaliza. O número de alunos caiu de 380 para 170.
Cuidados extras
Não são apenas os donos a se adaptar à nova realidade. Para não abandonar a prática da atividade física, os alunos também estão mudando hábitos. “Na academia, evito usar o banheiro, conversar com as pessoas, higienizo o aparelho que vou usar assim que termino o treino procuro não permanecer no ambiente, lavo as mãos, uso o álcool gel e vou para casa. Quando chego em casa, deixo meu tênis na varanda e minha roupa na lavanderia, já fica uma outra lá para eu usar”, conta Edelba Glória Souza, que também trabalha como supervisora em um clube esportivo e social.
Edelba classificou a reabertura como “bom senso”. “Exercício físico é saúde”, afirmou, destacando que a academia que ela frequenta está seguindo todas as normas de segurança.
*Amanda Quintiliano especial para o EM