A onda "histórica" de frio prevista para este fim de semana em Belo Horizonte, com mínima de 10 graus, não deve influenciar os termômetros do comércio. Diante do dia nublado e da queda na temperatura, lojistas do Centro da capital fizeram como de praxe: rechearam vitrines e gôndolas de casacos, cobertores, entre outros artigos de inverno. A avaliação da categoria, no entanto, é de que a venda desses produtos será morna nos próximos dias.
"A gente oferece a mercadoria, deixa mais exposta, pois não dá para perder a oportunidade, né? Mas não creio que o frio vá motivar muitas compras. Ele vai durar pouco e ainda bate com o fim do mês, quando ninguém tem dinheiro", analisa Edson Moreira, gerente da Traps Outlet, situada no Shopping Tupinambás.
"A gente oferece a mercadoria, deixa mais exposta, pois não dá para perder a oportunidade, né? Mas não creio que o frio vá motivar muitas compras. Ele vai durar pouco e ainda bate com o fim do mês, quando ninguém tem dinheiro", analisa Edson Moreira, gerente da Traps Outlet, situada no Shopping Tupinambás.
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Bicicletas se transformam em nova ferramenta de trabalho nas ruas de BH Com flexibilização em BH, metrô tem novo horário e amplia funcionamento PBH libera decreto de flexibilização do isolamento; veja quadro de horáriosOs preços variam entre R$ 280 e R$ 320. "Estamos entusiasmados é com a liberação para funcionar a semana toda, que começa a valer a partir de segunda (24). Vai dar pra recuperar pelo menos um pouco do prejuízo da pandemia", pondera o funcionário.
Para Edson, a única vantagem proporcionada até o momento pela baixa nos termômetros foi um breve adiamento das promoções típicas do período de transição entre as estações: "Se a previsão fosse de calor intenso, como estava ontem, talvez já tivéssemos reduzido o valor das jaquetas. Como esfriou, vamos aguardar um pouco".
Proprietário do grupo Alvorada das Rendas, rede de BH especializada em aviamentos, o empresário Edson Nogueira comercializa lã, fios para tricô, botões, entre outros insumos para a confecção de roupas.
Na avaliação dele, o inverno deste ano já está "perdido", pois a retomada das atividades econômicas, iniciada em 6 de agosto, teria sido tardia, prejudicando a venda dos itens típicos da estação.
"Ainda mais no meu caso, que vendo material para quem confecciona roupas. As pessoas começam a comprar os produtos para produção de vestuário quente é no verão. E, nesse período, estávamos fechados", relata.
"Então, eu diria que levei um senhor prejuízo neste ano, pois comprei a mercadoria para vender, paguei os fornecedores, mas ela encalhou toda aí", completa.
De fato, nenhum dos clientes abordados pelo Estado de Minas no interior do estabelecimento situado na Rua dos Carijós manifestou intenção de comprar aviamentos para a produzir artefatos de inverno.
"Então, eu diria que levei um senhor prejuízo neste ano, pois comprei a mercadoria para vender, paguei os fornecedores, mas ela encalhou toda aí", completa.
De fato, nenhum dos clientes abordados pelo Estado de Minas no interior do estabelecimento situado na Rua dos Carijós manifestou intenção de comprar aviamentos para a produzir artefatos de inverno.
Otimismo no setor de enxovais
O segmento de roupas de cama, mesa e banho foi o mais otimista entre os consultados pela reportagem. Subgerente de uma das cinco unidades da rede Enxovais do Dular, Paulo Silva diz que, a despeito da falta de dinheiro típica do fim mês, está confiante na volta da clientela a partir de segunda-feira (24), dia que marca a reabertura do comércio de segunda a sexta.
"Hoje só vendi uns dois cobertores, mas partir de segunda vai melhorar. Vai ter mais gente circulando, o que melhora o movimento. Por isso nos preparamos: descemos nossas melhores peças de cobertor, edredom e deixamos bem à vista. Tem que ter otimismo, reflete o comerciante.
"Hoje só vendi uns dois cobertores, mas partir de segunda vai melhorar. Vai ter mais gente circulando, o que melhora o movimento. Por isso nos preparamos: descemos nossas melhores peças de cobertor, edredom e deixamos bem à vista. Tem que ter otimismo, reflete o comerciante.
Frio acompanha chuva
Comprados neste ou em invernos passados, os cobertores e agasalhos serão “fiéis escudeiros” da população de BH neste fim de semana, assim como as sombrinhas e guarda-chuvas. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), uma intensa massa de ar polar úmida vinda do Sul do Brasil chega à capital neste sábado (22), onde encontrará outra massa de ar seco, o que não só deve derrubar os termômetros, como também provocar chuvas.
Resultado: no sábado a mínima pode descer até 10 graus e a máxima não deve passar de 17 graus. No domingo (23), a temperatura deve variar entre 12 e 18 graus. Na segunda-feira (24), o tempo fica mais ameno, mas com máxima de até 22 graus. Garoas e rajadas de vento devem deixar a sensação térmica ainda baixa.
Em outras regiões do estado, os efeitos do encontro entre as massas já são sentidos. A menor temperatura desta sexta (21) foi de 8,3 graus, registrada durante a madrugada em Monte Verde, Sul de Minas. Já começou a chover por lá, assim como na Zona da Mata e no Campo das Vertentes.