O frio e a chuva espantaram os belo-horizontinos das praças neste primeiro sábado com a liberação dos espaços pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD), em mais uma etapa da flexibilização das áreas públicas e de convivência de Belo Horizonte.
Das 8h às 10h30, a reportagem percorreu a orla da Lagoa da Pampulha e as praças da Liberdade e Assembleia, na Região Centro Sul, e a Floriano Peixoto, no Bairro Santa Efigênia, e encontrou poucas pessoas aproveitando os espaços. Ainda que esta última não tenha sido fechada por gradis.
Os bravos, que acordaram cedo, destacaram a saudade de exercitar e o gosto da liberdade, de estar em um espaço ao ar livre sem tanto receio, mesmo em condições ruins de tempo e temperatura.
Giovanny Dantas, de 21 anos, estudante de direito, enfrentou as rajadas de vento na Praça da Liberdade sem medo. Ele é de Carajás, no Pará, e está em Belo Horizonte há pouco mais de um ano. "Com a quarentena, o sedentarismo atingiu muitas pessoas. É legal ter a praça de volta. Fazia academia cinco vezes por semana e, fechada, estava sentindo falta de poder me exercitar."
Para Giovanny, para que as praças continuem liberadas, é preciso que todos tenham consciência e sigam as regras de contenção da pandemia: "Ao ar livre, me sinto mais seguro para fazer uma caminhada de uma hora. Achei melhor vir cedo porque tenho medo de ter aglomeração mais tarde e quero aproveitar enquanto está mais vazio. Com máscara e sem contato, acredito que tudo bem. Agora, não adianta um fazer sua parte e o outro não, porque daí seremos todos prejudicados".
O também estudante de contabilidade Rafael Barcelos, de 21 anos, corria na orla da Lagoa da Pampula sem ligar para a baixa temperatura na região e a chuva fina e insistente. Com a máscara guardada, "porque estou sozinho e sem ninguém por perto", o treino do dia foi programado para duas horas de corrida e depois mais tempo de pedaladas na bike, guardada no carro.
"Aqui o espaço é grande, é possível manter o distanciamento, são 18 quilômetros e, com consciência, todos podem aproveitar. Foi correta a decisão de liberar as praças, é questão de saúde mental e física. Mas todos precisam ter consciência. Ainda que as autoridades não consigam resolver o problema dos ônibus lotados, o que é uma contradição", chama a atenção Rafael.
De todos os espaços percorridos, somente na Praça Floriano Peixoto, no Bairro Santa Efigência, não havia ninguém no horário se exercitando.
A reportagem encontrou outros mineiros animados pela Praça da Assembleia, mas não quiseram dar entrevista.
Os parques públicos também estão nesta fase da flexibilização. No entanto, vão voltar a funcionar de modo gradual, já que estes espaços têm outras demandas para abertura, como a necessidade de funcionários (porteiros), agendamento e protocolo.