A Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba, Vale do Aço, mantém um setor de produção que tem beneficiado crianças alunas de escolas da rede pública da cidade. Neste setor há uma horta onde trabalham 12 presos, plantando, cuidando e colhendo hortaliças diversas. Na outra área de produção, 10 presos atuam em uma marcenaria, fabricando brinquedos de madeira, que são doados para creches. São peças que estimular a imaginação, memória, percepção e habilidades motoras de dezenas de crianças.
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Brinquedos
A marcenaria do presídio, criada em 2018, recebeu um nome que contrasta com a realidade da unidade penal: Fábrica da Alegria. Embora haja esse contraste com a realidade de quem cumpre uma pena em regime fechado, o nome é coerente com a missão da fábrica, que já presenteou quase mil crianças com brinquedos de madeira: peças de dominó, cachorros, tamboretes, relógio pedagógico, tangram — quebra-cabeça chinês —, cavalinhos e blocos de encaixe. As crianças brincam com esses brinquedos nas creches e agora, nesse período de isolamento, por causa pandemia do novo coronavírus, em casa.
Em dois anos de atividades, os brinquedos da Fábrica da Alegria foram doados para creches, escolas e entidades assistenciais do município e da região. A Creche Mãe Jovelina é uma das instituições cujas crianças receberam os brinquedos confeccionados na penitenciária, no Dia das Crianças de 2018 e de 2019. A presidente da creche, Maria Lúcia Fontes, conta como foi a entrega, pelos policiais penais, dos cachorrinhos e cavalinhos de madeira. “As crianças vibraram, foi uma tremenda festa. Várias delas passaram a brincar no bairro com os presentes”, disse.
O maquinário da fábrica pertence ao Estado. A madeira e a tinta utilizadas na confecção das peças são custeadas pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e doações de parceiros para a unidade prisional.
Dedicação
O policial penal e gerente de produção da unidade prisional, Leandro Braga, avalia o trabalho social como uma importante ferramenta no processo de ressocialização dos detentos. “Graças às atividades laborais e à conscientização de sua importância para o meio social, o indivíduo privado de liberdade se sente valorizado ao colaborar com a comunidade. O benefício trazido pela produção dos alimentos e brinquedos ajuda a resgatar a dignidade destes homens”, disse.
A mão de obra dos presos também é utilizada na melhoria e ampliação das instalações do presídio, na manutenção de viaturas e na fabricação de uniformes. Na oficina de costura trabalham 15 presos, que fabricam calças e bermudas dos uniformes de detentos do sistema prisional.