O administrador de empresas Gustavo Henrique Oliveira Bittencourt, motorista do carro que invadiu a contramão da Avenida Raja Gabáglia e atingiu o carro em que estava o comerciante Fernando Félix Paganelli, sofreu mais uma derrota na Justiça. Nessa segunda-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou o recurso proposto pelo réu e, depois de 12 anos e meio, o processo finalmente transita em julgado.
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Motorista inabilitado e embriagado capota carro e mata jovem no Norte de MGTentativa de assalto a motorista de aplicativo termina na prisão de dois suspeitos em BHMotorista de caminhão, de 68 anos, morre ao ser atropelado duas vezesMotorista morre afogado após caminhão bitrem cair de ponte no TriânguloCaminhão bate em carro com mãe, criança e bebê na Grande BH"No julgamento da apelação no TJMG, conseguimos aumentar a pena do réu, totalizando 7 anos e seis meses. A defesa do réu recorreu interpondo Recurso Especial. Esse recurso foi rejeitado pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Jorge Mussi. Não satisfeita, a defesa do réu ingressou com outro recurso denominado Agravo Regimental. No último dia 23 de junho, foi negado provimento ao recurso pelo STJ e, ontem (24), o processo transitou em julgado", explicou a advogada criminalista Virgínia Afonso, que representa a família de Paganelli.
A espera foi grande, mas a família de Paganelli comemorou. "A família está feliz porque, finalmente, a Justiça foi feita. Um processo que se iniciou em 2008 foi concluído. Inúmeros recursos foram interpostos pela defesa do réu, mas a justiça tarda, mas não falha", afirmou Virgínia.
Ainda de acordo com a advogada , “o STJ já ordenou a remessa para o TJMG. O trâmite é a instauração de processo de execução, para então ser expedido mandado de prisão".
O caso
A ocorrência foi na madrugada de 1º de fevereiro de 2008. A vítima, que tinha 59 anos, dirigia o carro para ir ao trabalho. O comerciante era dono de uma loja na Ceasa Minas, em Contagem, na Grande BH. Já Gustavo, hoje com 32, voltava de uma balada e se recusou a fazer o exame do etilômetro. Os dois carros bateram de frente depois de o jovem invadir a contramão.
Segundo a denúncia apresentada pelo promotor Francisco de Assis Santiago, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Gustavo estava em um motel na BR-356, no bairro Olhos D’água, na Região do Barreiro, aparentemente com um grupo com mulheres. Eles teriam alugado duas suítes e, por volta das 4h, deixaram o estabelecimento. O rapaz ainda passou pelo bairro Buritis, Região Oeste de BH, antes de acessar a Raja Gabáglia na contramão. Dirigiu até a altura da alça de acesso à BR-356, onde acertou o carro de Fernando Paganelli.
À época, Gustavo se recusou a soprar o bafômetro, mas seu exame clínico apontou que ele tinha sinais de ter ingerido bebida alcoólica. Ele fugiu do local no momento do acidente, se apresentou no dia seguinte e foi preso por cerca de dois meses, mas acabou beneficiado por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e desde então, aguardava o julgamento solto.