Jornal Estado de Minas

TRABALHO

Correios ajuízam dissídio coletivo de greve no Tribunal Superior do Trabalho

 
Em mais um capítulo da batalha entre trabalhadores e os Correios, a empresa estatal ajuizou nesta terça-feira (25) o dissídio coletivo de greve no Tribunal Superior do Trabalho (TST). As duas partes não chegaram a acordo, depois de funcionários entrarem em greve em todo o país em virtude da decisão de sexta-feira do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu, de forma definitiva, o acordo coletivo dos trabalhadores da estatal.




 
 
De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Findect), a direção dos Correios propôs a retirada de 70 cláusulas que envolvem direitos da categoria. A lista inclui benefícios como vale-alimentação, vale-cultura, licença-maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização  de morte, auxílio para filhos com necessidades especiais, pagamento de adicional noturno e horas extras.

Em nota, os Correios alegam ter proposto soluções para o problema, mas que os funcionários não aceitaram a proposta: "Desde o início de julho, os Correios tentaram negociar com as entidades representativas dos empregados os termos do ACT. Dando continuidade às ações de fortalecimento de suas finanças e consequente preservação de sua sustentabilidade, a empresa apresentou uma proposta que visa a adequar os benefícios dos empregados à realidade do país e da estatal. Os Correios ressaltam que os vencimentos de todos os empregados seguem resguardados e os trabalhadores continuam tendo acesso, por exemplo, ao benefício Auxílio-creche e aos tíquetes refeição e alimentação, em quantidades adequadas aos dias úteis no mês, de acordo com a jornada de cada trabalhador".

Além da greve dos trabalhadores, a estatal ressalta ainda que teve perdas econômicas importantes durante o pico do coronavírus no país: "A paralisação parcial da maior companhia de logística do Brasil, em meio à pandemia da COVID-19, traz prejuízos financeiros não só aos Correios, mas a inúmeros empreendedores brasileiros, além de afetar a imagem da instituição e de seus empregados perante a sociedade. Os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT para os empregados. A empresa aguarda o retorno dos trabalhadores que aderiram ao movimento paredista o quanto antes, cientes de sua responsabilidade para com a população, já que agora toda a questão terá seu desfecho na Justiça".

Em contato com o Estado de Minas, o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios, Telégrafos e Similares (Sintect-MG) disse que manterá a greve, mesmo com o dissídio coletivo. "Sem acordo coletivo de trabalho, nao dá para exercer as atividades porque houve uma perda de 60% no poder de compra de cada trabalhador com as cerca de 70 cláusulas que foram extintas ou reduzidas à CLT."