Jornal Estado de Minas

Dois seguranças são condenados pela morte de fisiculturista em boate de BH


Foram condenados a 16 anos de prisão William da Cruz Leal e Carlos Felipe Soares, responsabilizados pela morte do fisiculturista Allan Guimarães Pontelo, 25 anos, em setembro de 2017. Os homens trabalhavam como seguranças na boate Hangar 677, na Região Oeste de Belo Horizonte, quando fizeram uma abordagem que terminou com a morte do rapaz. A decisão é de primeira instância. Assim, ainda cabe recurso.





O julgamento começou na segunda-feira no Fórum Lafayette, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, presidido pela juíza Fabiana Cardoso Gomes Ferreira, do 3º Tribunal do Júri. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) foi representado pelo promotor Cristian Lúcio da Silva, com o advogado Geraldo Magela de Lima como assistente de acusação. Leal e Soares foram defendidos pelo advogado Ércio Quaresma. A sessão foi retomada ontem e terminou na madrugada desta quarta-feira. Foram mais de 24 horas de júri popular

“O Conselho de Sentença entendeu que os dois foram responsáveis pela morte ao conduzir a vítima para a uma área restrita na boate para uma “revista” a procura de drogas”, informou a assessoria de imprensa do Fórum. “Segundo denúncia do Ministério Público, ao se recusar a passar pelo procedimento, Allan foi espancado violentamente, com socos e chutes, imobilizado e estrangulado até a morte. O laudo de necropsia apontou como causa da morte ‘asfixia mecânica por constrição extrínseca do pescoço’, além de diversas lesões no corpo”, diz o Fórum Lafayette. 

Na segunda, 14 testemunhas arroladas pela acusação e defesa foram ouvidas. “No interrogatório realizado na terça, os dois réus deram versões semelhantes ressaltando que apenas davam suporte aos seguranças, policiais militares a serviço da boate, e que coibiam o uso e venda de entorpecentes na casa noturna”, explica o Fórum Lafayette. “Disseram que abordaram o fisiculturista no banheiro e o deixaram à disposição dos seguranças. Falaram também que imobilizaram a vítima, após o réu P.H.P.O (Paulo Henrique Pardim de Oliveira) dar voz de prisão a ele por causa das drogas escondidas pelo corpo. A versão, no entanto, não foi aceita pelos jurados”, afirma o Judiciário. 





De acordo com o MPMG, armados, Paulo Henrique Pardim de Oliveira e Fabiano de Araújo Leite acompanharam toda a cena. Ambos teriam assegurado a continuidade da agressão e impediram que terceiros se aproximassem para socorrer Allan. Os dois teriam como incumbência a tarefa de retirada do dinheiro dos caixas da boate.

Oliveira deve ser julgado em 29 de setembro. O processo foi desmembrado porque o advogado dele apresentou problemas de saúde. O quarto réu também teve o processo desmembrado após recurso em setembro do ano passado e não tem data prevista para o julgamento. 

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