As queimadas, impulsionadas pelo período de seca, podem prejudicar o processo de fornecimento da energia gerada pelo empreendimento. Se atingir linhas e torres de transmissão, o fogo pode interromper, inclusive, a chegada da luz aos consumidores finais.
Neste ano, por exemplo, Furnas precisou desligar, uma vez, linha atingida por queimada irregular. A usina está localizado entre São José da Barra e São João Batista da Glória, no Sul de Minas.
Durante todo o ano passado, 26 incidentes do tipo foram registrados em Furnas. O episódio deste ano não trouxe prejuízos concretos ao consumidor final.
Mesmo assim, Ricardo Abdo, gerente das linhas de transmissão mantidas pela Usina de Furnas, diz que o fogo pode gerar consequências imprevisíveis, sobretudo por conta da pandemia do novo coronavírus.
"As queimadas, além de crime ambiental, podem provocar o desligamento de linhas de transmissão. A falta de energia pode impactar diretamente hospitais e serviços essenciais, o que é ainda mais preocupante em tempos de pandemia da Covid-19", ressalta.
Mais de mil queimadas em dois meses
Levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) aponta que, entre julho e agosto deste ano, foram identificados 1.248 focos de incêndio em foco mineiro.
Decreto federal de 1998 classifica como crime o ato de incendiar áreas a 15 metros das linhas de transmissão ou 100 metros distantes dos locais que abrigam subestações energéticas.