O Governo de Minas passará a considerar a estrutura de hospitais privados, reservados a pessoas com planos de saúde – a chamada saúde suplementar – na contagem dos leitos disponíveis para pacientes com COVID-19.
Com isso, em 200 cidades passará a ser permitida a abertura de bares e restaurantes com consumo no local, além de autoescolas, salões de beleza e lojas de roupas, desde que os critérios de segurança sejam cumpridos.
As mudanças passam a valer nesta sexta-feira (28).
A mudança afeta municípios que compõem as macrorregiões de Saúde Centro (que inclui a Região Metropolitana de Belo Horizonte), Jequitinhonha, Vale do Aço e Noroeste.
Essas regiões poderão avançar para a Onda Amarela do plano Minas Consciente, criado pelo governo estadual para promover a retomada das atividades econômicas.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, 24% dos mineiros possuem acesso a planos privados. Por isso, os quase 700 leitos de UTI disponíveis em hospitais particulares passaram a ser considerados na medição da capacidade assistencial no estado.
Com a aprovação, fica revogada a deliberação que permitia que municípios com rede de saúde suplementar adotassem regras próprias enquanto o estudo estivesse sendo realizado.
Regiões excluídas
De acordo com o vice-governador Paulo Brant, os critérios utilizados na avaliação da estrutura assistencial não permitiram mais um passo na retomada das atividades econômicas da Região Nordeste do estado – ela segue na Onda Vermelha do Minas Consciente, com o funcionamento apenas de atividades essenciais.
“Os avanços são importantes, na medida em que todas as regiões de Minas, com exceção da Nordeste, estão agora na Onda Amarela. Isso se deu a partir de critérios técnicos, basicamente considerando o número de leitos da rede privada. É uma medida cuidadosa e, obviamente, qualquer avanço está sujeito a ser reavaliado”, destacou Brant após reunião do Comitê Extraordinário Covid-19 nesta quarta-feira.
Rede suplementar
O estudo da Secretaria de Saúde apontou que Minas dispõe, atualmente, de 46 hospitais para atender exclusivamente a planos de saúde.
Essas unidades de saúde estão distribuídas em 21 cidades, cuja população soma 32% do estado. São, aproximadamente, 700 leitos de UTI, que hoje estão com 61% de ocupação. No SUS, são quase 4 mil leitos, com 65% de ocupação.
Essas unidades de saúde estão distribuídas em 21 cidades, cuja população soma 32% do estado. São, aproximadamente, 700 leitos de UTI, que hoje estão com 61% de ocupação. No SUS, são quase 4 mil leitos, com 65% de ocupação.
Minas ocupa o em terceiro lugar no Brasil em cobertura pela rede privada. A macrorregião de Saúde Centro, que engloba a Região Metropolitana de Belo Horizonte, tem a maior cobertura (34% da população).
Onda Vermelha
A macrorregião de Saúde Nordeste está na Onda Vermelha do plano. Portanto, nesse local está autorizada a abertura dos seguintes serviços:
- Supermercados, padarias, restaurantes, lanchonetes, lojas de conveniência;
- Bares (somente para delivery ou retirada no balcão);
- Açougues, peixarias, hortifrutigranjeiros;
- Serviços de ambulantes de alimentação;
- Farmácias, drogarias, lojas de cosméticos, lavanderias, pet shop;
- Bancos, casas lotéricas, cooperativas de crédito;
- Vigilância e segurança privada;
- Serviços de reparo e manutenção;
- Lojas de informática e aparelhos de comunicação;
- Hotéis, motéis, campings, alojamentos e pensões;
- Construção civil e obras de infraestrutura;
- Comércio de veículos, peças e acessórios automotores.
Onda Amarela
As macrorregiões de Saúde Centro, Vale do Aço, Noroeste, Jequitinhonha, Leste, Norte, Triângulo do Norte, Triângulo do Sul, Oeste, Sul, Centro-Sul, Sudeste e Leste do Sul apresentaram índices favoráveis para a abertura de serviços não essenciais, contemplados pela Onda Amarela.
Nesta fase, são permitidos:
- Bares (consumo no local);
- Autoescolas e cursos de pilotagem;
- Salões de beleza e atividades de estética;
- Comércio de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo;
- Papelarias, lojas de livros, discos e revistas;
- Lojas de roupas, bijuterias, joias, calçados, e artigos de viagem;
- Comércio de itens de cama, mesa e banho;
- Lojas de móveis e lustres;
- Imobiliárias;
- Lojas de departamento e duty free;
- Lojas de brinquedos;
- Academias (com restrições)
- Agências de viagem
Onda verde
Nenhuma macrorregião mineira apresentou, até o momento, índices favoráveis para inclusão na Onda Verde, que permite a abertura de clubes, cinemas e estúdios de piercings e tatuagens, entre outros serviços.
Para avançar para a Onda Verde, as cidades precisam estar há 28 dias consecutivos na onda amarela, sem sofrer retrocessos durante esse período.
Para avançar para a Onda Verde, as cidades precisam estar há 28 dias consecutivos na onda amarela, sem sofrer retrocessos durante esse período.
Microrregiões
Além das macrorregiões, os dados das 67 microrregiões mineiras são considerados pelo Comitê Executivo Covid-19, permitindo que elas sejam divididas por ondas, conforme as realidades específicas.
Caso as ondas indicadas para as macro e microrregiões sejam diferentes, caberá a cada prefeito optar por qual das duas recomendações seguir.
Caso as ondas indicadas para as macro e microrregiões sejam diferentes, caberá a cada prefeito optar por qual das duas recomendações seguir.
COVID-19 em Minas
Minas ultrapassou a marca de 200 mil casos da COVID-19. De acordo com o boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), nesta quarta-feira (26), o estado totaliza 201.973 casos e 4.948 mortes pela doença.