Mesmo com os constantes avanços da flexibilização do funcionamento do comércio em Belo Horizonte, o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, reforçou que não é hora de a população da capital deixar os cuidados de lado. Afinal, a retomada gradual da economia depende dos indicadores, como velocidade de contágio da COVID-19 e ocupação de leitos de UTI e de enfermaria. Jackson, inclusive, chamou a atenção de que, se houver piora nos índices, o comércio não essencial pode ser fechado novamente.
O secretário de Saúde da capital disse que o momento atual da pandemia, principalmente com a flexibilização do comércio em BH, pede muita responsabilidade da população. Jackson destacou que é fundamental manter o rigor nas medidas de proteção, como o uso de máscara, e que não é hora de fazer festas e churrascos.
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“Continuamos fazendo o monitoramento dos indicadores diariamente. E o fato de termos procedido a essa nova etapa de flexibilização não quer dizer que não possamos vir a recolher e fechar tudo de novo. Os indicadores é que vão nos dizer qual será a postura. Essa postura é diária e pode ser que amanhã tenhamos que fechar de novo. Vai depender dos indicadores. Queremos que não aconteça, mas se for necessário, será feito”, concluiu.
Indicadores em queda
No boletim epidemiológico e assistencial divulgado nessa quarta, a taxa de ocupação dos leitos de enfermaria se manteve abaixo dos 50% – agora em 48,3% –, o estágio mais seguro da escala de risco.
O mesmo parâmetro se estende à velocidade de transmissão do novo coronavírus na cidade: 0,95 novo infectado por cada diagnóstico computado.
O único obstáculo continua sendo o índice de uso das unidades de terapia intensiva. Com taxa de 53,6%, o indicador permanece em estado de alerta, a escala amarela. Na comparação entre os dois últimos levantamentos, contudo, houve diminuição de aproximadamente um ponto percentual.
Por outro lado, Belo Horizonte registrou 21 mortes por COVID-19 nas últimas 24 horas, com salto de 892 para 913 óbitos pela doença no período. Esse é o maior saldo de vidas perdidas computado nesta semana.
Ao mesmo tempo, a cidade registra 32.303 casos da doença: 3.023 em acompanhamento e 28.367 recuperados, além das 913 mortes. A taxa de letalidade (percentual de doentes que morre) é de 2,8%. E o número de óbitos pode aumentar, já que há 70 mortes suspeitas pela infecção causada pelo novo coronavírus na cidade.
Processo de flexibilização
Depois de flexibilizar a quarentena e liberar o funcionamento de alguns setores do comércio varejista entre 25 de maio e 26 de junho, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) voltou à "fase zero" – apenas os serviços essenciais poderiam funcionar. A reabertura gradual só voltou a ser feita a partir de 6 de agosto, quando alguns segmentos não-essenciais puderam funcionar entre quarta a sexta. Salões de beleza, por exemplo, estavam, nessa época, podendo abrir as portas somente entre quinta e sábado.
Já na quinta-feira (20), Kalil atendeu a um pedido de entidades ligadas aos lojistas da capital e estendeu a quantidade de dias permitidos para o funcionamento do comércio, entre segunda e sexta. Nessa etapa, umas das novidades da flexibilização foi a permissão para a reabertura dos restaurantes para almoço, sem consumo de bebida alcoólica nos locais.