Mesmo com os constantes avanços da flexibilização do funcionamento do comércio em Belo Horizonte, o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, reforçou que não é hora de a população da capital deixar os cuidados de lado. Afinal, a retomada gradual da economia depende dos indicadores, como velocidade de contágio da COVID-19 e ocupação de leitos de UTI e de enfermaria. Jackson, inclusive, chamou a atenção de que, se houver piora nos índices, o comércio não essencial pode ser fechado novamente.
O secretário de Saúde da capital disse que o momento atual da pandemia, principalmente com a flexibilização do comércio em BH, pede muita responsabilidade da população. Jackson destacou que é fundamental manter o rigor nas medidas de proteção, como o uso de máscara, e que não é hora de fazer festas e churrascos.
“É hora de ter muita responsabilidade. Não será o normal que tínhamos antes da pandemia. Nosso modo de viver vai ter que mudar. Vamos conviver com esse vírus de modo endêmico por muitos anos, mesmo com aparecimento da vacina, então temos que nos preparar para uma nova realidade de agora pra frente. É muito importante que todos que estão aqui divulguem a necessidade de dar continuidade às medidas de proteção, uso de máscaras, higienização das mãos, e sair apenas quando estritamente necessário. Não é hora de chutar o pau da barraca", alertou.
Jackson garantiu que a prefeitura segue monitorando os principais indicadores da COVID-19 na capital, que também servem para tomadas de decisão sobre o futuro do comércio na cidade. O secretário disse que se os números apresentarem elevação, o comércio não essencial poderá ter que fechar as portas novamente.
“Continuamos fazendo o monitoramento dos indicadores diariamente. E o fato de termos procedido a essa nova etapa de flexibilização não quer dizer que não possamos vir a recolher e fechar tudo de novo. Os indicadores é que vão nos dizer qual será a postura. Essa postura é diária e pode ser que amanhã tenhamos que fechar de novo. Vai depender dos indicadores. Queremos que não aconteça, mas se for necessário, será feito”, concluiu.
Indicadores em queda
No boletim epidemiológico e assistencial divulgado nessa quarta, a taxa de ocupação dos leitos de enfermaria se manteve abaixo dos 50% – agora em 48,3% –, o estágio mais seguro da escala de risco.
O mesmo parâmetro se estende à velocidade de transmissão do novo coronavírus na cidade: 0,95 novo infectado por cada diagnóstico computado.
O único obstáculo continua sendo o índice de uso das unidades de terapia intensiva. Com taxa de 53,6%, o indicador permanece em estado de alerta, a escala amarela. Na comparação entre os dois últimos levantamentos, contudo, houve diminuição de aproximadamente um ponto percentual.
Por outro lado, Belo Horizonte registrou 21 mortes por COVID-19 nas últimas 24 horas, com salto de 892 para 913 óbitos pela doença no período. Esse é o maior saldo de vidas perdidas computado nesta semana.
Ao mesmo tempo, a cidade registra 32.303 casos da doença: 3.023 em acompanhamento e 28.367 recuperados, além das 913 mortes. A taxa de letalidade (percentual de doentes que morre) é de 2,8%. E o número de óbitos pode aumentar, já que há 70 mortes suspeitas pela infecção causada pelo novo coronavírus na cidade.
Processo de flexibilização
Depois de flexibilizar a quarentena e liberar o funcionamento de alguns setores do comércio varejista entre 25 de maio e 26 de junho, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) voltou à "fase zero" – apenas os serviços essenciais poderiam funcionar. A reabertura gradual só voltou a ser feita a partir de 6 de agosto, quando alguns segmentos não-essenciais puderam funcionar entre quarta a sexta. Salões de beleza, por exemplo, estavam, nessa época, podendo abrir as portas somente entre quinta e sábado.
Já na quinta-feira (20), Kalil atendeu a um pedido de entidades ligadas aos lojistas da capital e estendeu a quantidade de dias permitidos para o funcionamento do comércio, entre segunda e sexta. Nessa etapa, umas das novidades da flexibilização foi a permissão para a reabertura dos restaurantes para almoço, sem consumo de bebida alcoólica nos locais.