Ex-marido é condenado por feminicídio em Juiz de Fora, na Zona da Mata, e deve cumprir 23 anos de prisão por matar mulher e esconder o corpo. A informação foi divulgada na tarde desta quinta-feira pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Leia também: Advogado que espancou ex-namorada no Buritis será julgado nesta sexta-feira
De acordo com o texto, o condenado Jaime Tristão Alves foi casado com Cláudia Paiva Rezende, com quem tinha dois filhos adolescentes. Eles se separaram em 2017, mas residiam no mesmo imóvel. De acordo com os autos, o relacionamento era abusivo.
Leia Mais
Mulher cai do quarto andar de prédio no Buritis, em BHMulher sai para comprar drogas em Uberaba, se irrita com demora e ateia fogo no localPolícia prende mulheres traficantes na Vila dos Araçás e no Vista AlegreMulher é presa em flagrante com 150 quilos de cocaína e crack em Ipatinga Mulher é presa preventivamente por tráfico de drogas em AngelândiaPolícia Civil indicia mulher que divulgou vídeo fake sobre caixões cheios de pedras em BHSeis pessoas foram presas por tráfico de drogas em Martinho CamposCasal é flagrado pela Polícia Rodoviária Federal com 63kg de maconha em picapeAs ameaças se seguiram até que, em meados de julho de 2019, a mulher desapareceu. A vítima foi vista pela última vez entrando no carro do acusado. Minutos antes, ele havia feito contato com ela pelo celular.
No veículo e no casaco do homem foram encontrados traços de sangue da ex-esposa.
O condenado ajudou nas buscas iniciais pela mulher, mas quando foi apontado como suspeito, fugiu. O homem foi encontrado escondido em uma casa alugada.
O corpo da vítima ficou cinco meses e quatro dias em uma mata fechada. Foi encontrado em estágio avançado de putrefação - o que impossibilitou a perícia de reconhecer a causa da morte.
Na sentença, o juiz Paulo Tristão destaca o homem tentou forjar falsos álibis, indo dormir com os filhos na noite do desaparecimento e saindo com amigos no dia seguinte.
Ele foi caracterizado pelo magistrado como uma "personalidade fria, dissimulada, manipuladora e mentirosa, pois se encontrou e se divertiu com amigos antes e depois de matar a vítima e, sem demonstrar qualquer emoção, simulou procurá-la na companhia de familiares por diversas localidades da cidade, para não despertar suspeitas".
Ele deverá cumprir 21 anos de prisão pelo crime de homicídio qualificado e mais dois anos pelo crime de ocultação de cadáver. A decisão é passível de recurso.
Feminicídio e violência doméstica
Esse não é um caso isolado. De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, de março a junho deste ano, 44.413 mulheres denunciaram ter sofrido violência doméstica. Isso corresponde a 364 mulheres abusadas por dia.
No ano passado, no mesmo período, eram 48.956 e, em 2018, 47.682.
É importante destacar que está disponibilizada, desde julho, a funcionalidade destinada ao registro de violência doméstica por meio da Delegacia Virtual.
Por meio da plataforma é possível gerar, de forma on-line, registros de lesão corporal, vias de fato, ameaça e descumprimento de medida protetiva de urgência cometidos contra mulheres, crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência.
Canais de denúncia
Ligue 190 - se ouvir gritos e sinais de brigaLigue 180 - para denunciar violência doméstica
Ligue 100 - quando a violência for contra crianças
Atendimento a vítima de violência doméstica em Belo Horizonte
Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, ao Idoso e à Pessoa com Deficiência
Endereço: Avenida Barbacena, 288
Telefone: (31) 3330-5752
Centro Risoleta Neves de Atendimento à Mulher
Telefone: (31) 3270-3235/3270-3296
Defensoria Especializada de Defesa da Mulher Vítima de Violência
(31) 98475-2616/ (31) 984643797/ (31) 98239-8863
Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Benvida)
(31)98873-2036
(Com informações do TJMG)