Belo Horizonte registrou, pelo terceiro dia em sequência, mais de 20 mortes por COVID-19. É a primeira vez que isso acontece desde que a capital mineira permitiu o funcionamento de serviços além dos essenciais, em 4 de agosto – tal alta aconteceu somente três vezes em toda pandemia.
Conforme boletim epidemiológico e assistencial divulgado nesta sexta-feira (28),a cidade chegou a 968 óbitos, 24 deles computados entre os dois últimos levantamentos. A alta no balanço anterior havia sido de 31 vidas perdidas, com outras 21 de quarta-feira: salto de 76 vítimas do novo coronavírus nos últimos três dias.
O levantamento desta sexta também trouxe alta de 371 casos confirmados na cidade. Com esses, BH chegou à marca de 33.092 diagnósticos da doença: 3.055 em acompanhamento e 29.069 recuperados, além das 968 mortes. Há, ainda, 73 óbitos em investigação.
Outra novidade trazida no boletim é que a Região Oeste da cidade igualou o número de vidas perdidas de Venda Nova. As duas lideram a estatística por regional administrativa. A Pampulha tem o menor índice: 85.
Entre as pessoas que morreram vítimas da COVID-19 em Belo Horizonte, 535 são homens e 435 mulheres. A maioria dos óbitos, 82,2% (796), é formada por idosos. Outros 15,5% (150) tinham entre 40 e 59 anos; e 2,3% (22) entre 20 e 39 anos.
Quanto à cor, 49,8% das pessoas diagnosticadas com casos graves eram pardas, 26,1% brancas, 9,3% pretas e 0,8% amarelas. De acordo com a PBH, 14,1% não tem cor especificada ainda.
Além disso, 97,5% dos óbitos são de pessoas com fator de risco, segundo a prefeitura. Apenas 26 mortes sem comorbidades: 22 homens e quatro mulheres.
Idade, cardiopatia, diabetes, pneumopatia, obesidade, nefropatia e doenças neurológicas são as comorbidades mais comuns.
Leitos e transmissão
Se o saldo de óbitos preocupa, um dado positivo para a prefeitura é a queda de três pontos percentuais na ocupação de leitos de COVID-19 para pacientes graves. Conforme o boletim de desta sexta, 52,8% das UTIs estão em uso na cidade – o balanço anterior trazia a informação de 56,9% de ocupação.
Os leitos de enfermaria para a doença, aqueles voltados aos casos menos graves, por outro lado, sofreram leve aumento na ocupação no comparativo entre os dois últimos informes: de 47,2% para 47,5%.
Vale lembrar que desde 4 de agosto a PBH também considera a rede suplementar para calcular esses indicadores.
A velocidade de transmissão do novo coronavírus em Belo Horizonte se manteve na proporção pelo quarto dia consecutivo: cada infectado leva a doença, em média, para 0,95 pessoa, informa a PBH.
Acolhimento
Devido à pandemia, a prefeitura abriu pontos de acolhimento de idosos institucionalizados e moradores em situação de rua com sintomas de COVID-19. Os dois equipamentos públicos estão localizados em Venda Nova.
No Sesc do Bairro Novo Letícia, 359 moradores em situação de rua foram acolhidos até essa quarta-feira (26). Desses, 68,8% (247) receberam alta, 24,3% (87) foram acompanhados por outros serviços, 4,4% (16) ainda estão em acolhimento e 2,5% (nove) encaminhados a uma UPA.
Já na UPA Venda Nova, 100 idosos foram acolhidos provisoriamente. Desses, 76 já retornam às respectivas instituições de longa permanência. Outros 21 precisaram de apoio do sistema de saúde e três ainda estão na estrutura.