Jornal Estado de Minas

COVID-19

Academias de BH batalham para ganhar músculos no retorno nesta segunda


Se é consenso que quase todos os setores da economia foram duramente afetados pela pandemia de COVID-19, não é mesmo evidente que um dos mais atingidos tenha sido o das academias de ginástica e centros de treinamento esportivo, que preparam, enfim, a retomada as atividades nesta segunda-feira (31/08), em Belo Horizonte. Entre o otimismo e a busca por reabertura segura, os proprietários investem em produtos de higiene, garantem distanciamento de aparelhos, orientam educadores físicos e correm para acertar detalhes a tempo de tudo estar pronto para receber clientes não menos ansiosos. A grande dúvida é: todos estarão dispostos a retomar a malhação de imediato?.



Segundo as regras anunciadas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), não há restrição de horário para o funcionamento desses estabelecimentos. Porém, eles só podem receber clientes com agendamento prévio e respeitando o limite de uma pessoa a cada 7 metros quadrados de área disponível.

“A partir deste domingo as reservas já podem ser feitas via aplicativo. Estamos totalmente preparados para receber nossos alunos com toda a segurança”, garante Adriano Fonseca, dono da D2 Fitness, que tem duas unidades na região central da capital mineira – a da Rua da Bahia será inaugurada agora, com 1.700 metros quadrados.

Para garantir o conforto e a saúde dos clientes, ele modernizou o sistema de ar-condicionado, abriu janelas e comprou um “atomizador de partículas”, que será usado para desinfetar os equipamentos três vezes ao dia. Também será oferecido álcool em gel aos alunos, que terão a temperatura aferida ao chegar a cada unidade.



D2 investiu em aparatos de esterilização para equipamentos e em deixar ambientes mais arejados (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Na corrida para se adequar aos novos tempos, outra inovação adotada por muitas academias é a substituição da biometria pelo reconhecimento facial para permitir o acesso. Com isso, clientes, funcionários e fornecedores não terão qualquer contato com o equipamento de controle de entrada, reduzindo os riscos.

“As pessoas podem ficar tranquilas para vir malhar, pois vamos respeitar todas as normas. Aqui não há risco para a saúde, ao contrário, obedecendo a todos os cuidados, queremos promover o bem-estar de todos”, assegura Ronan Santana de Almeida, proprietário da academia Dtox, que tem seis unidades em BH espalhadas pelos bairros  Belvedere, Cidade Jardim, Funcionários, na Região Centro-Sul; Santa Tereza (Leste); e Vista Alegre (Oeste), além da Cidade Administrativa de Minas Gerais (Norte).

Logo que a Prefeitura de BH deu o sinal para a reabertura do setor, na semana passada, os empresários do ramo já estavam se mexendo para readequar os espaços e garantir o distanciamento entre os alunos. Para isso, alguns dos aparelhos de musculação, bem como esteiras e bicicletas ergométricas, terão de ser retirados, desligados ou isolados, com sinalização clara, tanto para professores quanto para clientes. Obras foram feitas para melhorar a circulação de ar e o acesso. E profissio- nais foram treinados para lidar com a nova realidade.



 

Preocupação até entre otimistas

 

Apesar de todos comemorarem a reabertura, entre os empresários do setor há divisão sobre o futuro do negócio. A maioria usou a mudança na legislação trabalhista para suspender contratos ou reduzir jornada e salário. Agora, estão convocando os funcionários de volta, mas com cautela – até mesmo entre os otimistas.

“Ainda não sabemos qual será a resposta do público. Se for boa, como a gente espera, vamos chamando os demais funcionários gradativamente”, explica Ronan Almeida, que inicialmente convocou 50% dos empregados para a retomada.

Apesar das dúvidas, todos consideram que o importante é estar preparados para oferecer serviço de qualidade sem colocar a saúde em risco. “Vamos torcer para os alunos confiarem na gente e para podermos continuar com o trabalho. Temos 43 anos de mercado e nunca havíamos ficado com as portas fechadas por tanto tempo”, diz Simone Gouvea, dona da academia Harmonia, com duas unidades no Bairro Cidade Nova (Nordeste de BH).



Ronan Santana de Almeida, da Dtox, inspeciona as marcações para alunos e aguarda para ver como será a resposta dos clientes (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


A aposta de muitos empresários é justamente na carência dos que são “viciados” em malhação. “As perspectivas são as melhores, diante do grande número de mensagens de alunos querendo voltar e pessoas querendo começar a praticar atividade física, devido aos efeitos negativos do isolamento. Estamos muito animados, sim”, afirma Fernando Roberto dos Santos, da academia Body Energy, que tem unidades nos bairros Boa Vista (Leste), Carlos Prates (Noroeste), Dona Clara (Pampulha), Nova Cintra (Oeste) e Venda Nova (em região homônima).

A confiança é tanta que já nesta semana ele promove a volta de 100% da equipe que tinha antes da quarentena. Mas o atendimento seguirá as regras, evitando aglomerações.

Recuperar a forma requer paciência

A volta aos exercícios deve ser feita da forma mais gradativa e segura possível, principalmente por aqueles que não estiveram tão ativos durante o distanciamento iniciado em março e ainda em vigor. O alerta é do professor doutor Fernando Vitor Lima, chefe do Departamento de Esportes e coordenador dos projetos de musculação da Universidade Federal de Minas Gerais.

Segundo ele, o importante é ter paciência até recuperar a melhor forma. “Se uma pessoa ficou parada o tempo todo nesta pandemia, ela perdeu boa parte da forma física na comparação com a época em que estava treinando. Por isso é preciso entender que tem de voltar com calma e dando tempo para readquirir o condicionamento”, recomenda.





No caso específico da musculação, carro-chefe da maioria das academias, um professor deve ser procurado para elaborar o treinamento mais adequado ao momento. O aluno não deve ocultar nada sobre sua condição atual, para que o plano seja o ideal.

“O professor da academia deve reduzir a intensidade do treino. Se for musculação, reduzir a quantidade de peso nos exercícios. E até o volume, a quantidade de exercícios. Assim, o aluno vai conseguir recuperar a forma com saúde e segurança. Tem de ter paciência na retomada. O professor tem de adaptar a metodologia de treinamento para a pessoa e ela deve seguir o que está prescrito.”

Uma situação normal para quem estava parado ou se exercitando pouco e, principalmente, para quem pretende começar a malhar agora são as dores musculares. Segundo Lima, isso não deve preocupar, a não ser que se tornem crônicas, o que pode significar uma lesão. “Basicamente é preciso começar treinando menos, não querer fazer o que fazia antes”, afirma.



Ele alerta que o fato de as pessoas terem se exercitado em casa ou ao ar livre durante a pandemia não é garantia de que o condicionamento se manteve. “Claro que a perda do desempenho será menor do que a de quem ficou 100% parado. Mas treinar em casa não é a mesma coisa, pois, no caso da musculação, você não consegue reproduzir exatamente o que fazia na academia.

Então, também deve tomar certo cuidado, pois não está tão bem treinado quanto quando interrompeu. Os exercícios em casa só substituem parcialmente o que a academia proporciona. Tem de retornar com uma carga de treinamento um pouco menor do que antes.”

O professor ainda joga por terra o que é certeza para muita gente: não há necessidade de fazer alongamento ou aquecimento antes de qualquer atividade física. “Isso é um mito derrubado pela ciência, não faz qualquer sentido”, garante.



O que é o coronavírus

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp



Como a COVID-19 é transmitida?


A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?



Como se prevenir?


A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.



Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê



Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

Em casos graves, as vítimas apresentam

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

Vídeo explica porque você deve aprender a tossir

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Mitos e verdades sobre o vírus


Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

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