Quem mora em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, sabe da dificuldade que é se locomover de transporte público dentro da cidade. Isso porque o município conta apenas com linhas metropolitanas de ônibus, que partem de outras cidades, tendo Confins como destino ou apenas cortam alguns de seus bairros.
Moradores pagam entre R$ 4,50 e R$ 7,40 para se deslocar em trechos curtos e ficam reféns de itinerários que nem sempre são os mais apropriados e de horários escassos das linhas. Em 2018, a Secretaria Municipal de Transportes chegou a firmar uma parceria com a Fundação Christiano Otoni, ligada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para levantar as demandas do sistema de transporte, mas os resultados ficaram aquém do que se esperava para que o governo municipal realizasse a concessão do serviço.
Leia Mais
COVID-19: mais duas mortes de idosos são confirmadas em Bom DespachoBH chega a 34.530 casos e 1.021 mortes confirmadas por COVID-19Professora do Colégio Santo Antônio morre de COVID-19 em BHUberaba tem saldo positivo na geração de empregos pelo quarto mês consecutivoOnze cidades terão cota maior no Fundo de Participação dos Municípios“Antes da pandemia, com o fluxo de pessoas na cidade, tínhamos uma estimativa de R$ 3,50 como teto para o valor da tarifa. Agora, estamos revendo isso, se o valor máximo será alterado ou não. Mas o contrato com a empresa vencedora terá um valor fechado. Se a arrecadação com a tarifa não for suficiente para chegar nesse valor contratado por quilômetro, a prefeitura vai subsidiar o restante”, informou Fernando Costa, diretor da Transconfins.
No período em que a licitação estiver vigente, a Secretaria Municipal de Transportes fará ajustes na linha e vai levantar informações de demanda, itinerários e horários para elaborar o modelo de concessão.
“Acreditamos que quando o serviço passar pela porta do cidadão vai surgir uma demanda, um público que não é usuário. Sem essas informações não poderíamos lançar um edital de concessão em definitivo porque empresas em potencial não iriam se interessar em participar sem ter certeza de dados que comprovem essa expectativa. Ou as empresas acabariam cobrando valores muito altos. Queremos construir uma concessão de linha sustentável na cidade”, analisou Costa.
Atualmente, o maior fluxo de passageiros seria dos bairros em direção ao aeroporto. A licitação, inclusive, ainda não foi lançada porque, em razão da pandemia de COVID-19, a demanda no aeroporto ficou reduzida. A prefeitura aguarda a recuperação das atividades e o retorno total dos trabalhadores para selecionar a empresa para operar a linha circular. A expectativa da administração pública é que o processo licitatório seja lançado ainda este ano.
“O aeroporto de Confins, o maior centro de empregos desse município, teve reduzida drasticamente a quantidade de trabalhadores durante a pandemia. Assim que houver uma estabilidade, assim que tiver uma quantidade de passageiros para demandar o transporte público, será liberado o edital”, ressaltou o diretor.