O departamento de engenharia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), criou uma cabine de desinfecção humana que pode ser utilizada na entrada de ambientes como restaurantes, escolas, academias e hospitais. O diferencial do projeto comparado ao que já existe no mercado é o baixo custo e a simplicidade na montagem.
A armação da cabine é de tubos de metalon acoplados em estrutura de acrílico. Para a abertura e fechamento da porta é usado motor convencional de portão de garagem, com uma cremalheira, o que faz a engrenagem rodar. Para pulverizar o fluido desinfetante é usado spray convencional de ligação ou de pulverizador. Todos esses materiais são facilmente encontrados em lojas de materiais de construção ou de ferramentas.
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Segundo a professora e pesquisadora do Núcleo de Engenharia Mecânica da Ufla, Joelma Rezende Durão Pereira, o sistema pneumático simples permite a qualquer pessoa remontar o projeto. “Ela é uma cabine extremamente fácil de montar, é tranquila, a execução, simples em corte, ajuste, nível, qualquer um faz com tranquilidade, como se fosse um lego, um brinquedo. Fizemos esse projeto por uma questão de contribuição para a não proliferação da COVID-19.”
O orçamento para a construção da cabine não passa de R$ 1mil. “Fizemos uma pesquisa de mercado e vimos cabines infláveis, com compressores que tinham que ficar ligado gastando muita energia e com determinados materiais usados que chegavam a faixa de R$ 3 mil a R$ 5 mil. O nosso ponto inicial foi a acessibilidade financeira. Buscamos produtos baratos no mercado”, conta Joelma que contou com uma equipe multidisciplinar, com integrantes também do departamento de medicina e química da universidade.
Segundo ela, o departamento de Química desenvolveu o fluído (à base de álcool 70% glicerinado) que não causa alergia ou desconforto na pele. E integrantes do departamento de Medicina entraram com conhecimentos sobre o vírus, comportamento respiratório de uma pessoa e interferências sobre mucosas, para que houvesse o sucesso do aparelho.
A cabine tem a dimensão de um metro e meio de largura para que a pessoa consiga abrir os braços, mas o tamanho pode ser alterado de acordo com o espaço. Quanto menor o aparelho, menor também será o custo do projeto, que não é patenteado, mas ofertado gratuitamente pelo departamento de mecânica da Ufla.