Jornal Estado de Minas

Fraudes

Parentes de juízes eram alvos de quadrilha que aplicava golpes por aplicativos

A Polícia Civil de Goiás, com o apoio da Policia Civil de Minas Gerais do Ministério da Justiça, realiza nesta sexta-feira (4) uma operação com o objetivo de combater um grupo criminoso suspeito de comprar informações em sites de venda ilegal de dados e usá-las para pedir dinheiro a parentes de vítimas por meio de aplicativo de mensagens.





 

De acordo com as investigações, o prejuízo causado pelo grupo chega a R$ 500 mil. Segundo a apuração policial, os criminosos aplicavam golpes contra parentes de juízes, promotores, médicos e dentistas se passando por esses profissionais. Os golpes teriam sido aplicados contra pessoas de Goiás e de outros 10 estados.  

 

Foram cumpridos na Operação Data Broker sete mandados de busca e apreensão, dois deles em Montes Claros, no Norte de Minas; quatro em Goiânia; e outro na Penitenciária Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia (GO). 

 

Na cidade-polo do Norte de Minas, é investigado um homem, de 33 anos, que mora em uma casa alugada em um bairro de classe média da cidade. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência do suspeito e em um endereço da família da mulher dele, informou fonte que atuou na operação.  

 

Em poder do homem, que informou ser "administrador", foram apreendidos diversos equipamentos eletrônicos, que seriam usados para a prática dos golpes. O material foi encaminhado para a análise e perícia por parte da Policia Civil goiana. O suspeito de Montes Claros foi localizado pelo Serviço de Inteligência da Polícia Civil mineira, que mobilizou 10 dos seus integrantes na operação. 

 

Conforme as investigações, por meio da compra em sites de venda ilegal de dados, os criminosos acessavam os informações pessoais – como nome completo, CPF, telefone, número de contas bancárias e informações de parentes próximos – de juízes, promotores, médicos e dentistas. Em seguida, os golpistas ligavam para os parentes dos profissionais, pedindo dinheiro.  

 

A delegada Sabrina Leles, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC), disse, em entrevista, que, ao conseguir os contatos das vítimas, inicialmente, mandavam mensagens amigáveis. Depois, pediam a transferência de dinheiro para as contas de terceiros. Segundo a delegada, algumas vítimas fizeram transferências de até R$ 50 mil.