Jornal Estado de Minas

REJEITOS

População contaminada com a COVID-19 em BH pode ser maior que o estimado

O número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus em Belo Horizonte pode estar subnotificado. É o que mostra um grupo de pesquisadores que analisa amostras de esgoto na cidade e em Contagem, na Região Metropolitana. O resultado do estudo põe em xeque o registro sobre a queda nos casos de COVID-19 anunciada em BH nas últimas semanas. O novo panorama pode estar mais próximo da realidade.



Após a estimativa de 110 mil pessoas infectadas, depois de ter chegado a 850 mil entre 20 e 24 de julho, o atual boletim de acompanhamento, realizado no âmbito do projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos, divulgado nesta sexta-feira, indica um aumento para mais de 250 mil casos estimados.

Trata-se de um dado expressivo, avaliam os pesquisadores. O patamar representa mais que o dobro se comparado ao montante da população contaminada em BH na semana que antecedeu o estudo. Em Contagem, o aumento estimado sobre as pessoas com a infecção vem crescendo há duas semanas. Segundo os estudiosos, a estimativa deve ser balizada conforme as notificações acumuladas das últimas quatro semanas, período de excreção do vírus pelas fezes.

O levantamento verifica que a totalidade das amostras de esgoto testaram positivo para a COVID-19, o que vem sendo observado no decorrer das últimas 12 semanas consecutivas de monitoramento na bacia do ribeirão Arrudas, e nas últimas 14 semanas na bacia do ribeirão do Onça.



O projeto Monitoramento COVID Esgotos é uma iniciativa conjunta da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis/UFMG), em parceria com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). 

Circulação do vírus  

O trabalho é previsto para durar incialmente 10 meses. O intuito é detectar tendências e alterações na ocorrência do vírus nas diferentes regiões analisadas para compreender a prevalência e a dinâmica de sua circulação. 

 

Os especialistas lembram que ainda não existe comprovação sobre a disseminação do Sars-CoV-2 por meios das fezes. A ideia parte mais do mapeamento dos esgotos para aferição de em quais áreas há maior incidência da doença, antevendo a possibilidade de novos surtos. Com as informações, é possível saber como está a ocorrência do coronavírus por região.



Daqui para frente, os resultados preliminares da pesquisa serão divulgados na forma de mapas dinâmicos, permitindo o acompanhamento da evolução espacial e temporal da ocorrência do vírus.


O que é o coronavírus

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp



Como a COVID-19 é transmitida?


A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?



Como se prevenir?


A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.



Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê



Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

Em casos graves, as vítimas apresentam

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

Vídeo explica porque você deve aprender a tossir

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Mitos e verdades sobre o vírus


Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

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