Uma dicotomia marcou o boletim epidemiológico e assistencial divulgado pela Prefeitura de Belo Horizonte sobre a COVID-19 nesta sexta-feira (4): enquanto a taxa de uso das UTIs despencou e ficou perto de sair da fase de alerta (amarela), a ocupação das enfermarias subiu e ficou no limite de deixar o quadro de controle (estágio verde).
Segundo dados da prefeitura, 50,8% das UTIs para a COVID-19 estão em uso em BH. Vale ressaltar que quando o dado está aquém dos 49% a situação deixa de ser de alerta para se tornar controlada.
Desde que a prefeitura passou a informar diariamente em seus boletins a ocupação dos leitos, em 30 de maio, a taxa de uso das unidades de terapia de intensiva nunca foi tão baixa. O menor quantitativo no período havia sido registrado no último dia 28: 52,8%.
Por outro lado, a ocupação das enfermarias subiu em Belo Horizonte nesta sexta: de 45,9% para 48,7%. Com isso, o indicador está no limite do estágio de controle, podendo entrar na zona de alerta em breve.
Vale ressaltar que os dados são obtidos com base em apurações realizadas no dia anterior. Portanto, o balanço divulgado nesta sexta, na verdade, diz respeito à situação dessa quinta.
Outro indicador fundamental para medir os efeitos do novo coronavírus em BH é a velocidade de transmissão da doença. Esse indicador permanece pelo segundo dia consecutivo em 0,98.
Casos e mortes
Belo Horizonte chegou nesta quinta-feira (3) a 1.057 mortes por COVID-19. O boletim epidemiológico e assistencial da prefeitura informa que 13 óbitos pela doença aconteceram nas últimas 24 horas. Quanto ao número de casos, a cidade chegou a 35.319 – uma diferença de 357 diagnósticos para o levantamento anterior.
No levantamento por regionais, a Oeste e a Nordeste são aquelas com o maior número de mortes: 134, três a mais que Venda Nova. Na sequência, aparecem Noroeste (128), Barreiro (117), Leste (109), Norte (106), Centro-Sul (104) e Pampulha (94).
São 76 mortes ainda em investigação, informa a prefeitura, o que pode elevar o número total para 1.133.
Entre as pessoas que morreram vítimas da COVID-19 em Belo Horizonte, 589 são homens e 468 mulheres. A maioria, 81,7% (864), é formada por idosos. Outros 16% (169) tinham entre 40 e 59 anos; e 2,3% (24) entre 20 e 39 anos.
Quanto à cor, 50% das pessoas diagnosticadas com casos graves eram pardas, 26,3% brancas, 9,4% pretas e 0,8% amarelas. De acordo com a PBH, 13,6% não tem cor especificada ainda.
Além disso, 97,3% dos óbitos são de pessoas com fator de risco, segundo a prefeitura. Apenas 29 mortes sem comorbidades: 25 homens e quatro mulheres.
A idade, cardiopatia, diabetes, pneumopatia, obesidade, nefropatia e doenças neurológicas são as comorbidades mais comuns.