A primeira sexta-feira com happy hour em BH após quase seis meses suspensão dos bares foi de mesas vazias em alguns dos tradicionais redutos da boemia da capital situados fora do circuito Centro-Sul. Em outros, a noite demorou a esquentar, com a maioria dos clientes chegando apenas mais tarde aos bares.
Às 20h15, pouco mais de 40% das mesas do Filé estavam ocupadas. A gerente Amanda Giovanini acredita que o movimento tanto noturno, quanto diurno deve melhorar a partir de terça-feira (8), quinto dia útil do mês, data em que grande parte dos trabalhadores costumareceber o salário.
“Acho que as pessoas estão sem dinheiro, por isso ficaram em casa. Ou, de repente, preferiram viajar nesse feriado. É cedo para dizer. Vamos aguardar os próximos dias”, afirma. O fluxo de clientes também foi médio no circuito de bares da Avenida Fleming, no Bairro Ouro Preto, Região da Pampulha, onde a noite costumava ser bastante agitada antes da pandemia.
Na Praça Duque de Caxias, Bairro Santa Tereza, Região Leste, o Bar do Bolão tinha apenas uma mesa ocupada por volta das 19h30. O proprietário Luiz Cláudio Rocha acreditava que a noite não seria de casa cheia.
"As pessoas têm ligado muito para saber se estamos abertos, mas ainda não apareceram. Tudo indica que o movimento vai ser moderado, pois só vamos até as 22h. Se fosse para encher, já teríamos uma procura maior. De toda forma, não reclamo. Estar de portas abertas já é uma alegria”, comemora.
"As pessoas têm ligado muito para saber se estamos abertos, mas ainda não apareceram. Tudo indica que o movimento vai ser moderado, pois só vamos até as 22h. Se fosse para encher, já teríamos uma procura maior. De toda forma, não reclamo. Estar de portas abertas já é uma alegria”, comemora.
Para os clientes, encontrar o ambiente vazio foi uma espécie de brinde extra. “Esta primeira cerveja depois de tanto tempo em confinamento tem gosto de liberdade e segurança. Tomara que não comecem as aglomerações. Por enquanto, está tudo ótimo por aqui”, brinca o servidor público Christian Pecinalli, que foi curtir o fim de tarde no Bolão com a namorada, a engenheira Lindalva Araújo.
Na mercearia do Nivaldo, outro famoso estabelecimento da região, o clima era mais animado. A noite começou com cerca de 70% dos lugares disponíveis nos balcões ocupados. Muitos dos clientes aproveitavam para reencontrar amigos após um longo período de afastamento imposto pela pandemia de COVID-19.
Foi o caso do analista de sistemas Cristiano Oliveira e do autônomo Dalvo de Castro Braga, que não se reuniam havia seis meses. “Bom demais isso! Maravilha! Poder sentar no boteco e tomar uma cerveja, socializar, faz falta demais!”, comenta Cristian.
Foi o caso do analista de sistemas Cristiano Oliveira e do autônomo Dalvo de Castro Braga, que não se reuniam havia seis meses. “Bom demais isso! Maravilha! Poder sentar no boteco e tomar uma cerveja, socializar, faz falta demais!”, comenta Cristian.
Para conter eventuais aglomerações e garantir a segurança, a Polícia Militar montou uma base móvel na Praça Duque de Caxias. Segundo os agentes, nenhuma ocorrência foi registrada na região até as 20h.
Sem dinheiro
Na Avenida Alberto Cintra, Bairro Cidade Nova, Região Nordeste da capital, o restaurante Surubim no Espeto tinha clientes em apenas seis das 82 mesas montadas nesta sexta por volta das 20h. Otimista, o gerente Paulo Lima acreditava que atenderia ao menos 120 pessoas até o fim do expediente.
Antes da pandemia, ele diz que a casa costumava receber até 400 pessoas no mesmo período de tempo: “Confesso que estou um pouco frustrado com esta estreia, mas, ainda sim, satisfeito. A gente achava que ia quebrar, né? Vendíamos R$ 500 mil antes da epidemia, passamos a vender R$ 40 mil na época em que só estava liberado o delivery. Mas estamos de portas abertas e chegamos aqui sem demitir ninguém. O resto se ajeita”.
Antes da pandemia, ele diz que a casa costumava receber até 400 pessoas no mesmo período de tempo: “Confesso que estou um pouco frustrado com esta estreia, mas, ainda sim, satisfeito. A gente achava que ia quebrar, né? Vendíamos R$ 500 mil antes da epidemia, passamos a vender R$ 40 mil na época em que só estava liberado o delivery. Mas estamos de portas abertas e chegamos aqui sem demitir ninguém. O resto se ajeita”.
A aposentada Marise Barroso, de 65 anos, esteve no local com filho, Lucas Barroso, para celebrar o aniversário de 30 anos do rapaz. Acompanhada também do marido, da nora e da sobrinha, ela elogiou as condições de segurança oferecidas pela casa.
“Estamos achando tudo muito limpo e organizado. E sem aglomerações. O que é muito importante para mim, que sou do grupo de risco e estou saindo da clausura pela primeira vez desde março! Este é o gole de cerveja mais gostoso da minha vida!”, brinca Marise.
“Estamos achando tudo muito limpo e organizado. E sem aglomerações. O que é muito importante para mim, que sou do grupo de risco e estou saindo da clausura pela primeira vez desde março! Este é o gole de cerveja mais gostoso da minha vida!”, brinca Marise.
Às 20h15, pouco mais de 40% das mesas do Filé estavam ocupadas. A gerente Amanda Giovanini acredita que o movimento tanto noturno, quanto diurno deve melhorar a partir de terça-feira (8), quinto dia útil do mês, data em que grande parte dos trabalhadores costumareceber o salário.
“Acho que as pessoas estão sem dinheiro, por isso ficaram em casa. Ou, de repente, preferiram viajar nesse feriado. É cedo para dizer. Vamos aguardar os próximos dias”, afirma.
Para reduzir o risco de contágio pelo novo coronavírus, o local trocou os cardápios de papel pelos digitais, que podem ser visualizados no smartphone. Basta apontar a câmera do aparelho para os códigos QR (códigos de barras bidimensionais que se convertem em texto e imagens) distribuídos pelas mesas.
A novidade não agradou muito a pedagoga Sabrina Avelar, que foi à casa curtir um happy hour com duas amigas. “Achei trabalhoso. a gente tem que ficar fazendo cadastro, informando nome, telefone, essas coisas. Mas, se é para a nossa segurança, está tudo certo. E, depois, beber esta cerveja ao ar livre aqui não tem preço!”, celebra.
A novidade não agradou muito a pedagoga Sabrina Avelar, que foi à casa curtir um happy hour com duas amigas. “Achei trabalhoso. a gente tem que ficar fazendo cadastro, informando nome, telefone, essas coisas. Mas, se é para a nossa segurança, está tudo certo. E, depois, beber esta cerveja ao ar livre aqui não tem preço!”, celebra.