Basta percorrer as estradas que ligam a Região Metropolitana de Belo Horizonte para ver que a natureza já se preparou, em cores fortes e num espetáculo único, para a primavera que começa na madrugada do próximo dia 22, às 2h23, conforme a meteorologia.
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Com a proximidade do inverno, ipês começam a colorir BH durante quarentenaBaixa umidade e frio esticam espetáculo dos ipês em BH e arredoresIpês-roxos e rosas dão o tom do inverno em BH, que já espera a chegada dos amarelosIpê branco antecipa chegada e deixa belo-horizontinos encantadosEspécie brasileira, trepadeira unha-de-gato vira atração na PampulhaSob o céu muito azul do fim de inverno, o ouro dos ipês se harmoniza com as matas a fim de celebrar também, em verde e amarelo, o Dia da Independência do Brasil. A combinação de tons serve para levantar o astral neste 7 de Setembro e tirar um pouco o peso destes tempos de pandemia do novo coronavírus.
Segundo o meteorologista da Climatempo Ruibran dos Reis, a estação que começará no Dia da Árvore vai ser "seca e quente", com poucas chuvas, portanto, um prolongamento deste agosto com dias ensolarados e baixa umidade do ar. "As chuvas estarão atrasadas, vai chover pouco, vindo mais abundantes em janeiro, no verão”, afirma Ruibran.
Para quem saiu a passeio no feriadão, ou caminha pela capital, a copa dos ipês é um show à parte nas vias públicas. Mas é mas rodovias que o cenário "auriverde" salta aos olhos, embora a falta de chuva tire o viço das folhas e as queimadas lancem no ar uma cortina de fumaça – no sentido real. O professor de botânica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), João Renato Stehmann, explica que os ipês mais exuberantes vistos agora, de grande porte e com amarelo muito forte, são os típicos da mata atlântica.
"Não há nada de errado com a floração deles, está na época certa", explica o especialista, destacando que, em Minas, há mais de 20 espécies diferentes. No caso dos amarelos, são três, somando-se aos da mata atlântica os de menor porte, plantados geralmente em passeios, e os nativos encontrados em lotes vagos e outros locais.
VARIEDADE
Árvore símbolo do Brasil, com várias espécies do amarelo também na floresta amazônica, cerrado e outras regiões, o ipê-amarelo agrada aos olhos do comerciante Edilson Aguiar Moreira, que trabalha na Feira dos Produtores, na Região Nordeste da capital."Vim conhecê-lo quando mudei para Belo Horizonte, na década de 1990. Até então, nunca tinha visto. Acho lindo demais", conta o baiano da cidade de Abaíra. O comerciário Bruno Gustavo de Oliveira também aprecia, só não gosta quando cortam e podam demais as árvores. "É preciso preservar o meio ambiente", alerta.
Em Belo Horizonte, predominam o ipê-roxo, chamado popularmente de rosa-de-bola, e o branco. Na Pampulha, há ruas que “explodem” nas tonalidades, deixando ainda mais especial o conjunto moderno reconhecido como Patrimônio da Humanidade.
Em muitas ruas da cidade, as flores caídas dos ipês-amarelos formam um tapete na calçada. O curioso é que, com o vento, ficam girando no ar até atingir o chão. Tem gente até que prefere nem varrer.
"Gosto tanto que deixo assim, tudo amarelo. É uma época muito especial, precisamos contemplar mais o céu, os pássaros, as árvores, enfim, o planeta em que vivemos", disse ao repórter uma mulher que fazia compras, ontem, na Feira dos Produtores.