A Rua Marechal Floriano, no Centro de Governador Valadares, foi tomada por cartazes com mensagens denunciando o crime ambiental praticado pelas mineradoras Samarco, Vale e BHP contra o Rio Doce, os 120 mil mortos no Brasil pela COVID-19 e os 220 mortos em decorrência da doença em Governador Valadares. Assim foi o Grito dos Excluídos, promovido pela Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo e a Cáritas do Brasil.
Foi uma manifestação diferente das de outros anos, por causa da pandemia do novo coronavírus, apenas com os líderes dos movimentos, usando máscaras e praticando o distanciamento social.
“Essa foi uma ação excepcional por causa da pandemia. Nosso intuito não era convocar uma multidão para as ruas. Nossa proposta foi marcar a data passando a mensagem da campanha anual”, disse Walter Andrade, um dos coordenadores do evento.
“Essa foi uma ação excepcional por causa da pandemia. Nosso intuito não era convocar uma multidão para as ruas. Nossa proposta foi marcar a data passando a mensagem da campanha anual”, disse Walter Andrade, um dos coordenadores do evento.
Além de lembrar os óbitos causados pela COVID-19 e a morte do Rio Doce, os cartazes levaram à rua o grito das vítimas do desemprego e, como o movimento é organizado por instituições de esquerda, as mensagens também protestavam contra o governo federal.
“Minas não tem mar, fizeram um mar de lama em Minas”. Esse poema de autor desconhecido, que conta todo o drama dos mineiros das regiões afetadas pelo rompimento das barragens com rejeitos de minério em Mariana e Brumadinho, foi declamado logo depois da solenidade de hasteamento das bandeiras do Brasil, de Minas Gerais e de Governador Valadares, na Praça do Vigésimo.
A solenidade foi a segunda parte do evento, que teve discursos das lideranças e a leitura da carta da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, em favor dos excluídos e excluídas.
Carta da CNBB
A solenidade foi a segunda parte do evento, que teve discursos das lideranças e a leitura da carta da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, em favor dos excluídos e excluídas.
Na parte da tarde, os manifestantes percorreram ruas de bairros da periferia, com o carro de som à frente, com mensagens em defesa dos direitos de homens, mulheres e trabalhadores. No Bairro Santos Dumont, na saída para Vitória (ES), aconteceu o Varal Solidário, com distribuição de roupas e cestas básicas para as pessoas de baixa renda.