Jornal Estado de Minas

Enchentes

Após chuvas, Ubá inicia reconstrução e deixa de receber R$ 3 milhões do MDR

Começa nesta quarta-feira (9), em Ubá, na Zona da Mata mineira, as obras de reconstrução da cidade, devastada pelas enchentes ocorridas entre janeiro e abril deste ano. O município recebeu R$ 4.139.715,49 do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e agora corre contra o tempo para concluir as intervenções, antes das chuvas do fim do ano. 





O Plano de Trabalho da equipe técnica da Prefeitura de Ubá contemplava, ao todo, 15 metas, num total de R$ 15 milhões. Desse total, R$ 7 milhões foi aprovado pelo MDR. Contudo, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil exigiu, ao contrário do preconizado na Lei 8.666 –a dispensa de licitação para obras de reconstrução em casos emergenciais – que fossem feitos os processos licitatórios.
“Com isso, o tempo passou, nossas metas mudaram e R$ 3 milhões ficaram no limbo. As licitações levam muito tempo e os justos, que precisam, de fato, do dinheiro, pagam pelos pecadores”, reclama o coordenador municipal de Defesa Civil, Gilger Menezes. Ele explica que algumas intervenções, mais imediatas, foram concluídas no primeiro semestre, com empenho de R$ 506 mil. Essas obras de restabelecimento englobaram a contenção, reconstrução do passeio e proteção da Avenida Comendador Jacinto Soares de Souza Lima (Beira-Rio) e a cabeceira da Ponte da Bandeira.

Agora, as obras de reconstrução vão abranger dois grandes blocos. No primeiro, estão a construção de gabião para contenção da ponte, passeio e da pista da Avenida Comendador Jacinto Soares de Souza Lima, em dois pontos; gabião para contenção do passeio e da ponte na Rua Nossa Senhora Aparecida, gabião para proteção das alas na ponte na Avenida Elpídia da Silva Fagundes, no Bairro Santa Edwiges e gabião para contenção do passeio e da Rua Capitão Teixeira Pinto.





O segundo bloco, mais caro e mais importante, prevê a construção de gabião para contenção do passeio na Avenida João Groppo, próximo à Hidrelétrica Teixeira. “Só assim poderemos reestabelecer o trânsito na João Groppo, pois tivemos de desviar todo o fluxo de veículos entre as áreas residencial e industrial da cidade para a Avenida Olegário Maciel e a população está sofrendo muito com esse desgaste”, lamenta o coordenador.

Ele desvincula o início das obras do atual momento político. “Sabemos o que as pessoas enfrentaram e estão passando, mas entendemos também o lado da União, de ter que liberar os recursos via licitação. Quando passaram as chuvas, éramos 13 municípios em condições mais críticas. Foi só o governo federal anunciar que havia R$ 1 bilhão para reconstrução que o número de cidades afetadas pulou para mais de 200”, lembra.  

Intervalo de 70 dias 

Em 2020, Ubá sofreu as três maiores enchentes de sua história, em um intervalo de 70 dias. Elas ocorreram em 24 de janeiro, 04 de março e 07 de abril. A cidade é cortada pelo Ribeirão Ubá e, por vários dias, houve extravasamento da calha do curso d’água, em diversos pontos da Avenida Beira-Rio, no Centro. Um rastro de inundações, alagamentos e destruição, em bairros e distritos, foi mais um dos desafios enfrentados pela população, em tempos de pandemia. 

Com dezenas de pontes urbanas e rurais afetadas, vias interditadas e outros transtornos, a prefeitura apresentou os planos de trabalho ao MDR e, conforme portaria do ministério, publicada no último dia 2, os R$ 4,1 milhões estão liberados e serão repassados em duas parcelas. A Defesa Civil Municipal espera ver as empresas vencedoras das licitações com as máquinas nas pistas na semana que vem.