De acordo com especialistas, o número é considerado alto e está relacionado com a depressão. Para o vereador e médico Dr. Fiorilo (PL) - autor da Lei Nº 14.077, que estabelece a data de hoje como o ‘Dia Municipal de Conscientização e Prevenção ao Suicídio”’ - muitas pessoas estão com problemas de depressão na cidade. “No consultório, a gente lida com muitos idosos, crianças, jovens, e o nível de depressão é muito grande. Muitos têm problemas financeiros, emocionais, de relacionamento familiar. O problema é que as pessoas estão com depressão e não percebem isso. A pessoa que comete suicídio não quer morrer, sabe, ela quer eliminar o problema”, alerta.
Para ele, falar sobre suicídio é importante, pois serve para estimular ações educativas e preventivas. O médico lembra que o tratamento com remédios adequados mais o apoio da família e de amigos, são muito importantes para evitar o autoextermínio. “Acredito também que o trabalho em igrejas, escolas e outros locais, como centros de convivência de idosos pode ser muito útil na prevenção dos casos”, ressalta.
Para defender a criação da lei, por meio da assessoria, o parlamentar apresentou dados coletados da Secretaria de Estado de Defesa Social, SAMU, unidades de saúde e cemitérios. Das ocorrências de 2020, até o momento, 71,54% dos registros constatam que a vítima sofria de depressão, seguido de 20,35% de problemas passionais, 8,84% de problemas financeiros e 3,53% de outros motivos.
Ainda tramita na Câmara, outro projeto de lei, que estipula a primeira semana do mês de abril como ‘Semana Municipal de Prevenção da Depressão’.
Desde o início da pandemia em Juiz de Fora, o número de pessoas que morreram de suicídio é considerado muito alto. De 19 de março à 1º de setembro, 19 pessoas tiraram suas próprias vidas.
De acordo com a psicóloga Elimar Jacob, o suicídio pode ser prevenido dentro de casa. Para ela, há a necessidade da divulgação sobre as doenças mentais e maior aceitação pela população. "A palavra é empatia. O pensamento de muitas pessoas é que não existem doenças mentais, que é frescura, falta de Deus, falta de homem ou mulher, de uma trouxa de roupa. São vários pacientes que chegam ao consultório alegando que foram intimidados pelos próprios familiares, que não acreditam em problemas mentais," relata a especialista.
Campanha Setembro Amarelo
Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo. %u200B
No Brasil, são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos e mais de um milhão no mundo. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.