Jornal Estado de Minas

'Impulsionadas' pelas queimadas, interrupções de energia em Minas cresceram 377% em julho

Nos sete primeiros meses do ano, a Cemig registrou 93 interrupções no fornecimento de energia em todo o estado. Um aumento de 377% em relação a todo o primeiro semestre deste ano. De um total de 43 mil endereços atingidos, 34 mil foram no mês de julho. Qs queimadas foram responsáveis por boa barte desses incidentes. 


O clima seco e a baixa umidade do ar contribuem para a proliferação de focos de incêndio. De acordo com o gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da Cemig, João José Magalhães Soares, a companhia executa uam série de inspeções em linhas de tramnsmissão e subestações, promovendo a limpeza das áreas de servidão, aquelas localizadas abaixo da fiação e no entorno de postes e torres, mas as queimadas promovidas de forma ilegal acabam por atingir vários equipamentos e instalações.




 
“O aquecimento dos cabos e equipamentos da rede elétrica pode levar ao desligamento de linhas de transmissão, linhas de distribuição e subestações, e pior, causar graves acidentes com pessoas que estão próximas a estas áreas. Portanto, são muitos os transtornos causados para quem depende da energia elétrica que é interrompida pelas queimadas”, explica o gerente.
 
De acordo com a companhia, em 6 e 7 de setembro, foram registradas duas ocorrências na rede que fornece energia para as cidades de Campos Altos, Pratinha e Santa Rosa da Serra, no Triângulo Mineiro. No primeiro serviço foi feito a recuperação de duas torres da Linha de Distribuição que atende à região, que foram queimadas em um incêndio de grandes proporções. Já na segunda situação, o centro de operação foi informado sobre o risco de nova interrupção e mobilizou eletricistas e técnicos que conseguiram conter o fogo antes de atingirem uma torre.
 
Além de queimar postes e cabos condutores, as queimadas podem causar curtos-circuitos interrompendo o fornecimento de energia, prejudicando residências com pessoas em isolamento social, hospitais, postos de saúde, indústrias.



A reposição de equipamentos é de alto custo e pode demorar. "Um dos maiores desafios para as equipes de campo é chegar ao local da ocorrência para fazer o reparo. Normalmente, esses locais são de difícil acesso e em áreas muito amplas. Além disso, levar estruturas pesadas, como torres e postes, em áreas acidentadas torna ainda mais desafiadora a manutenção das redes prejudicadas pelas queimadas”, explica João Magalhães.
 
Além dos problemas causados nas linhas, o fogo também prejudica a geração de energia. As queimadas e os incêndios florestais contribuem para a formação de erosão, vetor responsável por causar o carreamento de solo  e o assoreamento dos reservatórios de abastecimento de água e de geração de energia, bem como os demais cursos de água. "Por isso é importante lembrar: além dos já citados problemas com a falta de energia, há também o prejuízo em relação à água, que é um bem essencial à vida do homem, animais e vegetais", completa João José Magalhães Soares. 

Soares apela aos moradores de áreas rurais que não pratiquem queimada. E quando forem necessárias e devidamente autorizadas, procurem a assistência técnica especializada para que não fujam ao controle.