Jornal Estado de Minas

BELO HORIZONTE

Sábado é esperança de fôlego a comerciantes de Oiapoque e Galeria do Ouvidor

A liberação para a abertura de lojas aos sábados renovou as esperanças de lojistas instalados em centros de compras de Belo Horizonte, como o Shopping Oiapoque e a Galeria do Ouvidor. Neste sábado, o Estado de Minas visitou os locais e constatou boa movimentação de pessoas pelos corredores. Embora poucos clientes estivessem adquirindo produtos, comerciantes creem que a nova flexibilização pode, aos poucos, dar fôlego financeiro aos empreendimentos, fortemente prejudicados pela pandemia do novo coronavírus.





O Shopping Oiapoque, no Centro de BH, estima receber 50% de sua capacidade em dias normais. As lojas têm funcionado em sistema de revezamento: em um dia, abrem os boxes de numeração par. No outro, os espaços ímpares. Breno Leonardo, gerente de uma das diversas lojas de acessórios para celular existentes no “Oi”, acredita na recuperação gradual do setor.

“Há pessoas com receio de vir ao shopping, mas, graças a Deus, o comércio está voltando devagar. Ficamos cinco meses fechados. Tentamos segurar funcionários ao máximo. Alguns tivemos que dispensar, mas já estamos contratando de volta”, conta.

 


A Prefeitura de Belo Horizonte oficializou a autorização para a abertura aos sábados durante entrevista coletiva nessa sexta-feira (11). Lojas de rua podem abrir as portas das 9h às 17h. O comércio instalado em shoppings, por sua vez, está autorizado a funcionar entre 12h e 20h. Nos dias úteis, os shoppings podem abrir no mesmo horário. Os estabelecimentos com porta para a rua atuam das 11h às 19h.



Para Breno, ainda não é possível avaliar por completo os efeitos da abertura aos sábados, sobretudo por conta do pouco tempo entre a liberação e o primeiro dia da nova regra. “Não foi divulgado. A população imaginava que estava fechado. Só quem viu o comunicado está vindo. Cheio está, mas tem muita gente que vem ao shopping para passear. As lojas têm um ou outro cliente”.

Quem tem opinião semelhante é Walfrido de Oliveira, gerente de uma loja de joias na Galeria do Ouvidor, também na região central da capital. “Como (a flexibilização) foi anunciada ontem à tarde, muita gente foi pega de surpresa. Estávamos precisando disso. O pessoal trabalha muito durante a semana e, quando chega o sábado, quer vir”, salienta.

Walfrido diz que, em agosto, o estabelecimento teve cerca de 60% do faturamento obtido em meses pré-pandemia. Para setembro, a expectativa é atingir até 80%. Neste sábado, a galeria abriu suas portas entre 9h e 13h.

 

Na Galeria do Ouvidor, comerciantes estão animados com novo arrocho nas restrições. (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Esperança renovada

Oiapoque e Galeria do Ouvidor seguem protocolos sanitários. Para entrar, medição de temperatura corporal, higienização das mãos e máscaras faciais. No interior das lojas e nos corredores, marcas indicam a necessidade de distanciamento social. Fernanda Nogueira, proprietária de uma loja de bijuterias no shopping popular, se mostra esperançosa com o novo dia de atividades.



“Caiu muito (o faturamento). Para meu tipo de mercadoria, que as pessoas gostam de ver, pegar e experimentar, as vendas online não funcionam. Por isso, agora que as pessoas podem vir à loja, a expectativa é boa”, projeta.

Fila no Shopping Cidade

A reportagem esteve, também, nas imediações do Shopping Cidade, ainda no centro belo-horizontino. Do lado de fora, uma considerável fila — que seguia a recomendação de distanciamento — esperava a abertura das portas automáticas, às 12h. Após muito tempo em casa, a musicista Maria Eugênia Carvalho estava com a filha, Amanda, aguardando a abertura do shopping. O objetivo das duas era claro: comprar rapidamente e ir embora.

“Como sabia (da nova flexibilização), pensei em vir e dar uma olhada para saber se o celular que quero chegou”, explica ela.

 

Antes de abrir, às 12h, Shopping Cidade tinha fila de clientes em uma de suas entradas. (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
 

Processo de flexibilização

Depois de flexibilizar a quarentena e liberar o funcionamento de alguns setores do comércio varejista entre 25 de maio e 26 de junho, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) voltou à "fase zero" – apenas os serviços essenciais poderiam funcionar. A reabertura gradual só foi retomada a partir de 6 de agosto, quando alguns segmentos não-essenciais puderam funcionar em escala alternada, três dias por semana.



Já no dia 20 de agosto, Kalil atendeu a um pedido de entidades ligadas aos lojistas da capital e aumentou a quantidade de dias permitidos para o funcionamento do comércio, que recebeu autorização para abrir as portas de segunda a sexta. Nessa etapa, umas das novidades da flexibilização foi a permissão para a reabertura dos restaurantes para almoço, sem consumo de bebida alcoólica nos locais.

Uma semana depois, a PBH oficializou a reabertura de bares e restaurantes a partir do dia 4 de setembro, com horários e dias da semana definidos. Além disso, o Executivo municipal autorizou o funcionamento de academias e clínicas de estética. Todos os segmentos estão tendo que adotar protocolos específicos.