“Há pessoas com receio de vir ao shopping, mas, graças a Deus, o comércio está voltando devagar. Ficamos cinco meses fechados. Tentamos segurar funcionários ao máximo. Alguns tivemos que dispensar, mas já estamos contratando de volta”, conta.
A Prefeitura de Belo Horizonte oficializou a autorização para a abertura aos sábados durante entrevista coletiva nessa sexta-feira (11). Lojas de rua podem abrir as portas das 9h às 17h. O comércio instalado em shoppings, por sua vez, está autorizado a funcionar entre 12h e 20h. Nos dias úteis, os shoppings podem abrir no mesmo horário. Os estabelecimentos com porta para a rua atuam das 11h às 19h.
Para Breno, ainda não é possível avaliar por completo os efeitos da abertura aos sábados, sobretudo por conta do pouco tempo entre a liberação e o primeiro dia da nova regra. “Não foi divulgado. A população imaginava que estava fechado. Só quem viu o comunicado está vindo. Cheio está, mas tem muita gente que vem ao shopping para passear. As lojas têm um ou outro cliente”.
Quem tem opinião semelhante é Walfrido de Oliveira, gerente de uma loja de joias na Galeria do Ouvidor, também na região central da capital. “Como (a flexibilização) foi anunciada ontem à tarde, muita gente foi pega de surpresa. Estávamos precisando disso. O pessoal trabalha muito durante a semana e, quando chega o sábado, quer vir”, salienta.
Walfrido diz que, em agosto, o estabelecimento teve cerca de 60% do faturamento obtido em meses pré-pandemia. Para setembro, a expectativa é atingir até 80%. Neste sábado, a galeria abriu suas portas entre 9h e 13h.
Esperança renovada
Oiapoque e Galeria do Ouvidor seguem protocolos sanitários. Para entrar, medição de temperatura corporal, higienização das mãos e máscaras faciais. No interior das lojas e nos corredores, marcas indicam a necessidade de distanciamento social. Fernanda Nogueira, proprietária de uma loja de bijuterias no shopping popular, se mostra esperançosa com o novo dia de atividades.“Caiu muito (o faturamento). Para meu tipo de mercadoria, que as pessoas gostam de ver, pegar e experimentar, as vendas online não funcionam. Por isso, agora que as pessoas podem vir à loja, a expectativa é boa”, projeta.
Fila no Shopping Cidade
A reportagem esteve, também, nas imediações do Shopping Cidade, ainda no centro belo-horizontino. Do lado de fora, uma considerável fila — que seguia a recomendação de distanciamento — esperava a abertura das portas automáticas, às 12h. Após muito tempo em casa, a musicista Maria Eugênia Carvalho estava com a filha, Amanda, aguardando a abertura do shopping. O objetivo das duas era claro: comprar rapidamente e ir embora.
“Como sabia (da nova flexibilização), pensei em vir e dar uma olhada para saber se o celular que quero chegou”, explica ela.
Processo de flexibilização
Depois de flexibilizar a quarentena e liberar o funcionamento de alguns setores do comércio varejista entre 25 de maio e 26 de junho, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) voltou à "fase zero" – apenas os serviços essenciais poderiam funcionar. A reabertura gradual só foi retomada a partir de 6 de agosto, quando alguns segmentos não-essenciais puderam funcionar em escala alternada, três dias por semana.Já no dia 20 de agosto, Kalil atendeu a um pedido de entidades ligadas aos lojistas da capital e aumentou a quantidade de dias permitidos para o funcionamento do comércio, que recebeu autorização para abrir as portas de segunda a sexta. Nessa etapa, umas das novidades da flexibilização foi a permissão para a reabertura dos restaurantes para almoço, sem consumo de bebida alcoólica nos locais.
Uma semana depois, a PBH oficializou a reabertura de bares e restaurantes a partir do dia 4 de setembro, com horários e dias da semana definidos. Além disso, o Executivo municipal autorizou o funcionamento de academias e clínicas de estética. Todos os segmentos estão tendo que adotar protocolos específicos.