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Estado de Minas PREOCUPAÇÃO

Reabertura de cachoeiras na Onda Amarela causa transtorno à população de Rio Acima

Desde o último fim de semana, parques da região receberam milhares de turistas, o que aumenta o risco de expansão do coronavírus. Programa Minas Consciente liberou a abertura da atividade desde a sexta-feira (11)


12/09/2020 15:30 - atualizado 15/09/2020 14:14

Cachoeiras receberam visitas de muitos turistas (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Cachoeiras receberam visitas de muitos turistas (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

A chegada do calor em setembro em meio à pandemia do coronavírus vem criando um problema para os moradores de Rio Acima, cidade de pouco mais de 10 mil habitantes, localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Com as altas temperaturas, turistas de várias partes do estado e do país formam aglomerações na visita às famosas cachoeiras do munícipio, com transtornos recorrentes à população. Além do risco maior de transmissão da COVID-19, outra dor de cabeça é o aumento considerável de lixo nas margens.
 
Durante a pandemia, grande parte das cachoeiras que abrange o Parque Nacional da Serra do Gandarela ficou fechada. Ainda assim, visitantes invadiram o local para prática de lazer, como nado, corridas ou passeios de bicicleta. No feriado de 7 de setembro, vários moradores se queixaram do congestionamento de pessoas nos arredores da cidade - pelo menos 3 mil pessoas deixaram a quarentena de lado e foram visitar o ponto turístico.

Os parques só foram liberados para o funcionamento neste sábado (12), devido à mudança no Minas Consciente, programa do Governo do Estado para flexibilizar gradativamente a economia. A partir disso, as microrregiões que estiverem na onda amarela (fase intermediária) poderão reabrir os parques. 

O Estado de Minas procurou a prefeitura de Rio Acima para comentar a intensa movimentação de turistas. Por meio de sua assessoria, o município alegou que as cachoeiras são de responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia vinculada ao Ministério de Meio Ambiente.
 
Feriado de 7 de setembro foi de caos nas estradas de terra que dão acesso às cachoeiras(foto: Reprodução )
Feriado de 7 de setembro foi de caos nas estradas de terra que dão acesso às cachoeiras (foto: Reprodução )
 
"No fim de semana passado, tivemos um volume de pessoas fora do normal. Vimos várias praias lotadas em todo o Brasil, todos os parques cheios. Habitantes da Região Metropolitana de Belo Horizonte deixaram suas casas vieram para Rio Acima, até porque estava muito calor. O que temos feito por meio da parceria com a Polícia Militar, a Polícia do Meio Ambiente e a Guarda Municipal é promovermos blitz educativas para mobilizar os visitantes. No último feriado, não houve operação. E coincidiu com o volume de gente", afirma Tarcisio Nunes, chefe do Parque Nacional da Serra do Gandarela, que fica sob administração do ICMBio.
 
Ele mesmo se surpreendeu com a enorme quantidade de visitantes em Rio Acima. "Como o parque tem muitos acessos, fica difícil fazer o fechamento de todos", diz. 

Tarcisio faz um apelo aos visitantes para que mantenham a quarentena e deixem de visitar Rio Acima: "Apesar da flexibilização dos parques, continuamos pedindo às pessoas que fiquem em casa. A pandemia ainda está muito séria. É preciso respeitar a população das cidades do interior, preservar a saúde de todos, até porque os casos estão aumentando. Não é porque flexibilizou o funcionamento das cachoeiras que as pessoas têm de vir em aglomeração".  
 
Dono de um sítio na região, Dilson Cândido Pereira, de 62 anos, diz que ficou preocupado com a quantidade de turistas no último feriado: "Esse fim de semana foi um horror, tanto no Mingu, quanto no Viana. No Mingu funciona toda a capactação de água dos proprietários da zona rural e também da cidade. Eles bloqueram a estrada, que estava um caos. Além da aglomeração, vários donos de sítios não tiveram acesso às suas casas, já que a estrada é muito estreita e os carros estacionados atrapalhavam".
 
Com a companhia de três amigos, a estudante Emanuela Santos, de 18 anos, foi uma das que se arriscaram a ir à cachoeira. Mesmo sem usar máscara, ela diz que vem tomando outras as precauções para evitar o coronavírus: "Decidimos vir para nos divertir um pouco. Achamos que não teria muita gente. Trazemos álcool em gel e procuramos não ficar muito juntos. Assim dá para aproveitar sem risco".

Em relação ao acúmulo de lixo, a estudante afirmou que juntaria os recipientes de bebidas vazios e papeis numa bolsa para jogá-los na lixeira. "Temos que fazer nossa parte para que outros possam usar as cachoeiras também".

Casos em Rio Acima 


De acordo com a prefeitura, Rio Acima contabilizou 237 casos, com três óbitos confirmados e um sob investigação. Houve 207 pacientes recuperados e outros 30 ainda sob acompanhamento.


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