Belo Horizonte viveu, ontem, o primeiro sábado de funcionamento do comércio desde meados de março, quando medidas restritivas foram tomadas em virtude da pandemia do novo coronavírus. Lojistas acreditam que a nova flexibilização pode dar fôlego ao caixa dos empreendimentos, visto que trata-se do dia em que, tradicionalmente, mais pessoas vão às ruas dispostas a comprar. Quem também demonstra esperança são comerciantes informais, que trabalham nas ruas e podem, de alguma forma, aproveitar a “maré” de consumidores.
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Centro de BH: lojas de rua têm bom movimento em primeiro sábado após nova flexibilizaçãoSábado é esperança de fôlego a comerciantes de Oiapoque e Galeria do OuvidorCientistas da UFMG criam produto capaz de desativar coronavírus por 24 horasVeja o que dá para comprar com o auxílio de R$ 39 proposto por ZemaLojistas de BH comemoram abertura aos sábados; bares e restaurantes projetam avanços em breveVolta da Feira Hippie? Prefeitura discute retomada com feirantes nos próximos diasMG registra 76 novas mortes e 2.073 novos casos de coronavírusTemperatura aumenta e umidade diminui: confira como fica o tempo em MG“Fiquei sessenta dias em casa, mas não dá para ficar mais. Ou você morre de fome ou de coronavírus”, sustenta. Ronan está há 25 anos atuando nas ruas e é “figurinha” conhecida dos que passam pelo tradicional quarteirão fechado.
Expondo tapetes, panos de prato e outros utensílios do tipo, Rosânia Ribeiro chegou ao centro às 5h da manhã de sábado — e não tinha hora para encerrar o expediente.
“Já comecei vendendo. E ainda estou montando. Pretendo ficar aqui até quando ‘cansar’ minha beleza”, conta, em tom bem-humorado. Rosânia acredita que hábitos de higiene propagados em virtude da COVID-19 podem, inclusive, impulsionar o trabalho feito por ela.
“Os infectologistas mandaram as pessoas usar tapetes com álcool e água sanitária para limpar os pés”, lembra.
Guardas e fiscais por todo o centro
Durante as horas que a reportagem passou no centro de BH nesse sábado, foi possível ver diversos agentes da Guarda Municipal e fiscais da prefeitura atentos ao que se passava nas lojas. Para funcionar, vale lembrar, é preciso que diversas medidas preventivas, com a utilização de máscaras, sejam seguidas.
Integrantes do Executivo municipal oficializaram a autorização para a abertura aos sábados em entrevista coletiva concedida na sexta-feira (11). Agora, lojas de rua podem abrir às portas das 9h às 17h. O comércio instalado em shoppings, por sua vez, está autorizado a funcionar entre 12h e 20h. Nos dias úteis, os shoppings podem abrir no mesmo horário. Os estabelecimentos com porta para a rua atuam das 11h às 19h.
- Veja aqui como foi o movimento nas lojas de rua na manhã desse sábado.
- Clique aqui para ler sobre o funcionamento de shoppings e da Galeria do Ouvidor.
Processo de flexibilização
Depois de flexibilizar a quarentena e liberar o funcionamento de alguns setores do comércio varejista entre 25 de maio e 26 de junho, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) voltou à "fase zero" – apenas os serviços essenciais poderiam funcionar. A reabertura gradual só foi retomada a partir de 6 de agosto, quando alguns segmentos não-essenciais puderam funcionar em escala alternada, três dias por semana.
Já no dia 20 de agosto, Kalil atendeu a um pedido de entidades ligadas aos lojistas da capital e aumentou a quantidade de dias permitidos para o funcionamento do comércio, que recebeu autorização para abrir as portas de segunda e sexta. Nessa etapa, umas das novidades da flexibilização foi a permissão para a reabertura dos restaurantes para almoço, sem consumo de bebida alcoólica nos locais.
Uma semana depois, a PBH oficializou a reabertura de bares e restaurantes a partir do dia 4 de setembro, com horários e dias da semana definidos. Além disso, o Executivo municipal autorizou o funcionamento de academias e clínicas de estética. Todos os segmentos estão tendo que adotar protocolos específicos.