O "clima de deserto" que predomina sobre a Grande BH e a maior parte de Minas deve persistir pelo menos até a próxima sexta-feira (18). A umidade relativa do ar deve chegar aos índices críticos de 15% a 20% em praticamente todo o estado. Na capital, a mínima nesta segunda (14) foi de 14,4°C e a máxima será de 30°C.
Os baixos índices de umidade relativa do ar podem ser comparados a de desertos como Atacama e Saara. "A previsão é de que siga assim até sexta-feira devido à atuação de uma massa de ar continental. Céu claro, sem nebulosidade, causando tempo seco e altas temperaturas", explica Cleber Souza, meteorologista do 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A exceção é a faixa leste do estado - Zona da Mata e vales do Jequitinhonha, Rio Doce e Mucuri -, onde há maior nebulosidade em virtude de umidade vinda do oceano e chances de chuviscos ocasionais na divisa com o Espírito Santo. Nas demais regiões, tempo seco e altas temperaturas.
A máxima em Minas nesta segunda (14) deverá chegar aos 37°C, no Triângulo, que também deve registrar os mais baixos índices de umidade relativa do ar. A mínima foi de 9°C, no Sul de Minas.
O tempo seco favorece o alastramento de incêndios em vegetações - o que vem sendo recorrentes durante este período de estiagem em Minas Gerais.
Ciclone Bomba
Também ao longo desta semana, um ciclone bomba que atua sobre o oceano deverá provocar rajadas de vento de até 50km/h no Sul de Minas e na Zona da Mata - capaz de movimentar árvores de grande porte. "Como o ciclone está atuando bem longe, no oceano, a influência é pouca, apenas na velocidade dos ventos mesmo", esclarece Cleber.
Frente Fria
O ciclone está na retaguarda de uma frente fria que já começou a atuar sobre o litoral do Sudeste. Ela deve chegar a Minas Gerais no final de semana - sem provocar quedas bruscas na temperatura, mas capaz de aumentar a umidade e melhorar a qualidade do ar.
"O primeiro impacto da frente fria será um aumento na temperatura, que deve ser registrado no sábado em BH, com máxima prevista de 35°C. Isso porque ela separa o ar quente do ar frio e devemos sentir o quente. Depois, com o aumento da nebulosidade, a sensação de calor diminui e a qualidade do ar melhora", conclui o meteorologista.
*Estagiário sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira
*Estagiário sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira