O Corpo de Bombeiros de Governador Valadares continua fazendo buscas no Rio Doce, tentando encontrar o corpo de Mateus Alves Pereira dos Santos, de 18 anos, que desapareceu nas águas do rio na tarde de domingo (13/9). Matheus nadava próximo à margem esquerda com mais cinco amigos, no Bairro Santa Rita, quando foi levado pela correnteza. As buscas começaram logo depois do afogamento e prosseguiram nesta segunda-feira (14), sem êxito.
Apesar de o rio estar com águas impróprias para banhistas desde que a Barragem de Fundão se rompeu em Mariana, em 5 de novembro de 2015, e a lama chegou ao Doce, destruindo toda a vida aquática e trazendo metais pesados, os garotos decidiram se arriscar. Alegaram que os banhos naquele ponto do rio são costumeiros e que o dia de forte calor na cidade contribuiu para o momento de lazer, que acabou em tragédia.
Weverton Lucas, um dos garotos que estavam com Matheus, disse que o colega não sabia nadar. Era o único inexperiente do grupo. Contou que Matheus caiu no rio, em um remanso, conseguiu dar algumas braçadas, mas logo foi em direção à correnteza, emergindo e submergindo. “Ele gritou pedindo ajuda várias vezes, tentei salvar, mas não consegui”, disse.
Os bombeiros chegaram ao local do afogamento às 14h45 de domingo. Nos primeiros procedimentos para resgatar o corpo, fizeram mergulhos livres, chamados de “pistão”. Como a água estava muito turva e a área é cheio de pedras, que formam locas, os mergulhadores fizeram novos mergulhos, porém, com equipamento apropriado e com tubos de oxigênio. Tudo em vão. A correnteza forte e a turbidez da água frustraram a ação de resgate do corpo.
Bombeiros orientam a população a não nadar no Rio Doce
Os bombeiros orientam que, mesmo com o tempo de calor se aproximando, é melhor evitar o banho nas águas do Rio Doce, não apenas por serem impróprias por causa da poluição e do esgoto doméstico que é despejado no leito, mas também pela falsa impressão transmitida pelo espelho d’água. Parece estar calmo e raso, mas existem pontos profundos e correntezas repentinas, criando situações de afogamento.