Apesar de a rede estadual de ensino básico de Minas Gerais não ter batido nenhuma meta prevista para 2019, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo) comemorou os números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) divulgados nesta terça-feira (15). Ele justificou o não alcance da meta por uma defasagem no sistema que avalia as escolas.
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Rede estadual de ensino básico de MG não bate nenhuma meta prevista para 2019Verba da COVID-19 vai beneficiar 323 escolas municipais e 211 creches de BH Prouni: inscrições para bolsas remanescentes começam nesta terça (15)Concluído inquérito que tem mais de 16 mil páginas descobre desvio de mais de R$ 5 milhões em AraxáA secretária de estado de Educação, Julia Sant'Anna, ressaltou que a meta de cada estado é diferente. “Tem que se considerar a história recente de Minas. O estado passa por uma situação de ‘apagão’ na educação terrível”, acrescentou.
O Ideb faz parte do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC). As metas do índice foram instituídas em 2005, a partir de uma curva de projeção crescente até 2095.
Maior participação
A Secretaria de Estado de Educação destacou também o aumento da participação dos alunos do ensino médio na realização da prova. O índice de escolas que passaram a ter Ideb – por terem garantido a participação de no mínimo 80% dos alunos na avaliação nacional – saltou de 56% para 77% das unidades escolares.
“Melhor do que subir a nota foi ganhar a participação dos alunos. Nosso programa foi tentar trazer todos, então tivemos uma amostra muito mais confiável do que no passado”, disse Zema.
Nota em crescimento
Embora não tenha alcançado as metas, o governo de Minas conseguiu notas acima dos anos anteriores. Para a Secretaria de Educação, os números são resultado de melhoria da gestão.
“É uma notícia excelente para todos nós, mineiros. É o melhor desempenho em 15 anos. Isso demonstra que a gestão pública depende também de boas ferramentas de gestão”, destacou Zema.
Programas de melhoria
A Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG) também atribui a melhora no índice a outros fatores:
- Processo seletivo Transforma Minas: as escolas tiveram mais apoio para o aprofundamento da qualidade das ações da gestão de notas e frequência e melhoria do cadastro dos alunos, garantia da vinculação de professores às turmas. A partir disso, foi possível viabilizar solução do problema de superlotação em salas de aula, com a realização do desmembramento de mais de 600 turmas em todo o estado.
- A melhoria na gestão dos dados pelos diretores viabilizou campanha de busca ativa de alunos em vias de evasão, garantindo retorno de mais de 15 mil estudantes à rede estadual.
- Programa de reforço escolar com a oferta de mais de 114 mil vagas, distribuídas em 6 mil turmas em mais de 1.600 escolas.
- Reforma do programa de Tempo Integral: oficinas de contraturno foram substituídas por matriz curricular única em turmas seriadas.
- O programa Mãos à Obra na Escola: cerca de R$ 120 milhões foram aplicados em reformas e revitalizações de mais de 770 escolas, em mais de 350 municípios mineiros.
- Repasses às escolas, de alimentação escolar e custeio, e aos municípios, de transporte escolar, com investimento total de R$ 425 milhões anualmente.
Incentivo aos diretores
Julia Sant'Anna adiantou que ainda nesta semana um programa será divulgado para premiar as escolas que se sobressaíram na avaliação.
“Haverá uma live com os gestores escolares que foram bem e estamos pensando em um prêmio para as melhores escolas em forma de reconhecimento pelo trabalho”, disse a secretária de Educação.
Volta às aulas
O retorno dos alunos que estão afastados por causa da pandemia do novo coronavírus permanece sem data prevista.
“Com relação à pandemia, temos visto que a quantidade de casos e óbitos têm sido reduzida, mas a Secretaria de Saúde ainda não recomenda a volta”, afirmou o governador em tom otimista. “A nossa queda tem se mostrado persistente e, caso perdure, teremos uma data em breve.”