Os crescentes focos de queimada em todo o Brasil podem provocar mudanças aparentes no tempo em regiões de São Paulo e na faixa Sul de Minas Gerais. Isso porque essas localidades podem receber incidência de fumaça acima do normal e até a "chuva preta".
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Bombeiros controlam incêndio na Serra da Moeda, mas riscos persistem; fogo ainda pode atingir casasIncêndio atinge área de preservação em Montes Claros'Impulsionadas' pelas queimadas, interrupções de energia em Minas cresceram 377% em julhoIncêndios no Pantanal são tema de aula aberta do curso de ecologia da UFMGHomem é preso provocando incêndio em vegetação no Triângulo MineiroFogo atinge Parque do Pau Furado, em UberlândiaPouco conhecimento sobre as queimadas em Minas desafia autoridadesApesar disso, estão previstas chuvas para o Pantanal antes da chegada da frente fria sobre o Sudeste. "Isso diminuirá o transporte de fuligem para o Centro-Leste do Brasil. A incidência em São Paulo, inclusive, deverá ser maior que em Minas Gerais", detalha Anete.
As fuligens são pequenas partículas pretas, transportada pelo ar que, quando são encostadas, se transformam em pó preto. Alguns desses elementos foram vistos em Belo Horizonte nos últimos dias, em virtude das queimadas na Serra da Moeda. "Trata-se de uma forma de limpeza da atmosfera", esclarece a meteorologista.
A combinação entre essas fuligens em grande quantidade e as chuvas causam, como consequência, as chuvas pretas. "Como há expectativa de chuva para o domingo no Sul de Minas, há chances de registro de chuva preta", comenta. "Em BH é praticamente impossível".
Dados do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais mostram um aumento de apenas 1% na quantidade de incêndios florestais no estado entre janeiro e agosto de 2020 quando comparado com o mesmo período do ano passado. Entretanto, satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já detectaram 1.951 focos ativos de queimadas em Minas até essa quinta-feira, (17). Setembro, que ainda não consta nos dados atualizados dos Bombeiros, foi justamente o mês das queimadas mais intensas.
*Estagiário sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira