A Universidade Federal de Alfenas (Unifal) está desenvolvendo uma pesquisa para diagnosticar a COVID-19 nos primeiros dias de infecção. O estudo é feito através de testes rápidos e pretende garantir alta confiabilidade aos contaminados desde o início.
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“Os atuais testes rápidos estão, na sua maioria, limitados a detecção de anticorpos nas pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus. O problema é que esses anticorpos só aparecem em quantidades que possam ser detectadas com confiabilidade a partir do 10º dia de infecção”, explica o professor do Instituto de Química (IQ) e coordenador da pesquisa, Luciano Sindra Virtuoso.
Nesta primeira etapa, os pesquisadores estudam a extração de proteínas e material genético (RNA) do vírus mantendo a integridade desses materiais. “Se conseguirmos desenvolver um novo sistema de extração-preservação da amostra à um custo viável e sem a necessidade de congelamento da amostra, isso será de enorme contribuição para garantir a confiabilidade de futuros testes de RT-PCR, principalmente, quando amostras forem coletadas em regiões do país com pouca ou nenhuma estrutura para esses procedimentos”, afirma.
A segunda parte do estudo prevê a detecção rápida do vírus SARS-CoV-2 a partir de amostras da saliva humana. “Para isso, será usada uma técnica espectroscópica, chamada espectroscopia RAMAN, que se baseia na interação da luz com a amostra, para conseguir detectar componentes do vírus mesmo em pequenas proporções”, ressalta.
De acordo com a pesquisa, o método possui vantagens, como prazo reduzido e baixo custo por meio de um software de análise diagnóstica. Outro ponto é que o estudo permite fazer análises simultâneas.
A ideia é também proporcionar um teste mais confiável. “É uma técnica muito sensível, a qualidade de extração e conservação de amostras são consideradas críticas e importantíssimas para que se obtenha resultados exatos”, diz.
Ainda de acordo com o professor, o estudo está em fase inicial e ainda é cedo para precisar valores e prazo para que ele esteja disponível no mercado. “Nossa perspectiva é a de que conseguiremos realizar grande parte dos estudos interacionais dentro de três a cinco meses. Esperamos ainda, nesse mesmo período, já termos conseguido avançar bastante no cumprimento do primeiro objetivo da pesquisa. A segunda parte do trabalho também será iniciada em breve, mas a previsão é que seja cumprida até o final da vigência da proposta, que é de 12 meses”, finaliza.