Alguns pais e alunos comemoraram a volta às aulas presenciais no primeiro dia de reabertura do Colégio Militar de Belo Horizonte, na Região da Pampulha. As salas de aula voltaram a receber estudantes nesta segunda-feira (21), mesmo contrariando a decisão judicial que defende o ensino remoto.
“Minha filha estava doente de saudade, até emagreceu. Para ela, foi um sonho realizado”, conta Débora Carvalho Costa, de 46 anos mãe de uma aluna do terceiro ano. Ela afirma que esteve dentro do colégio e aprovou os protocolos sanitários: “Está tudo muito bacana, até melhor que muitos lugares que a gente frequenta aqui fora”.
A estudante Nathália do Vale, de 17, afirma que o primeiro dia de aulas durante a pandemia do novo coronavírus foi repleto de palestras “para acolher os alunos”. “Seis meses em casa, ninguém aguenta. E a gente ficou muito feliz com esse retorno das aulas e com toda a estrutura que o colégio pode proporcionar com as medidas sanitárias adequadas”, defende.
Nathália conta que, logo ao entrar, recebeu um panfleto falando sobre as regras: não abraçar e não apertar a mão – o cumprimento é sempre uma continência. Alunos também receberam um recipiente com álcool em gel.
A COVID-19 esteve em pauta, explica Nathália. “Na terceira palestra, a médica orientou a gente sobre medidas profiláticas, sobre o uso correto da máscara e sobre o distanciamento.”
No banheiro, podem entrar até quatro pessoas, e um monitor fica observando se as regras estão sendo seguidas.
No banheiro, podem entrar até quatro pessoas, e um monitor fica observando se as regras estão sendo seguidas.
“Eu me senti segura com todas essas medidas. Assim que a gente pisou no colégio, já teve todo um cuidado, porque a alma do Colégio Militar de Belo Horizonte são os alunos, então a preocupação deles é com a gente”, afirma a estudante.
Prudência e colaboração
Ana Luisa Nascimento, de 17, também estava ansiosa para o retorno, mas reclama da obrigatoriedade de comparecer à escola. “Com todas as medidas sanitárias, um pouco de prudência de cada aluno e a colaboração de todos, acho que não tem muito problema. Mas também acho que o colégio poderia melhorar em alguns aspectos, como a obrigatoriedade de os alunos virem. Cada um tem as suas particularidades, e cada família tinha que decidir de acordo com a situação que está vivendo, se cabe ou não o aluno vir ao colégio”, disse a estudante.
“Eu me senti segura, mas não 100%, até pela situação que a gente está vivendo. Mas acho que vai dar certo”, conclui a adolescente.
O pai de Ana Luisa, Wilson Nascimento, de 56, também afirma que confia no Colégio Militar de BH: “Tenho duas filhas adolescentes que estudam aqui e para nós é uma alegria poder retornar às aulas porque o adolescente precisa desse convívio com os colegas e com a escola. A gente já estava percebendo que elas estavam tristes por ter que ficar em casa esse tempo todo, então a gente se alegra com essa possibilidade”.
Retorno obrigatório
O militar, representante do colégio, que acompanhou a imprensa durante as entrevistas nesta segunda disse à reportagem do Estado de Minas que a volta presencial não é obrigatória, e que os alunos podem optar por continuar com o ensino remoto.
No entanto, em resposta ao EM, o colégio informou que o retorno às aulas “é de caráter obrigatório, salvo nos casos justificados em que o aluno ou familiar faça parte do grupo de risco”.
No entanto, em resposta ao EM, o colégio informou que o retorno às aulas “é de caráter obrigatório, salvo nos casos justificados em que o aluno ou familiar faça parte do grupo de risco”.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina