Mais quatro pessoas acusadas de participar do falso sequestro da família de um vigilante na cidade de Luz, no Centro-Oeste mineiro, em junho deste ano, foram presas pela Polícia Civil. Nesta quarta-feira (23), a delegada Fabíola Oliveira contou que os suspeitos foram detidos em Quartel Geral, Abaeté e Esmeraldas, na região metropolitana. O quarto suspeito já se encontrava preso há 20 dias, em virtude de mandado de prisão relacionado a outro crime.
Oliveira explicou que cada um dos presos teve participação definida no crime. “Tem pessoas que participaram diretamente, entrando no banco para pegar dinheiro; as que fizeram suporte na cidade tanto de estadia quanto de veículo; aquelas que foram responsáveis por arregimentar outras que pudessem colaborar com a empreitada criminosa; e uma pessoa que é o vínculo da região metropolitana com o interior”, detalha.
A delegada ressaltou que o crime foi todo planejado. “Eles fizeram como se realmente fosse um sequestro. As pessoas entraram na casa dele [do vigilante], fizeram a esposa e o filho de reféns, e ele também como se fosse refém. Foi tudo muito organizado, a ponto de tirar somente a esposa e o filho para uma região perto de um canavial, enquanto a ação do segurança seria facilitar a entrada do sequestrador na agência. E ele assim o fez, só que, por problemas lá, não conseguiram retirar o dinheiro”, descreve.
O crime ocorreu em Esteios, distrito pertencente ao município de Luz. Na ocasião, o vigilante da instituição financeira, que confessou ter arquitetado o crime, foi preso em flagrante e o genro dele, por meio de mandado de prisão.
A delegada Fabíola Oliveira chamou a atenção dos policiais para o fato de as vítimas do sequestro serem familiares de um vigilante do banco e não do gerente.
“Geralmente, essa modalidade do crime do ‘sapatinho’ acontece com o arrebatamento de família e gerente para forçar o banco a efetuar o pagamento do resgate. Normalmente, os suspeitos comparecem à agência, retiram o número existente no cofre e depois libertam os familiares do gerente. Esse caso foi atípico, uma vez que a vítima seria a família do vigilante”, ressalta.
À época, o delegado Vinícius Machado, da Delegacia de Polícia Civil em Luz, contou como o crime ocorreu. “Ao chegarmos à agência bancária, nos deparamos com três funcionárias e o vigilante. Ele nos informou que teria sido surpreendido em sua residência, na cidade de Luz, e ali dois sequestradores teriam entrado e feito toda a sua família de refém. Os sequestradores orientaram que ele deveria seguir a rotina normal, ir para a agência, e que sua esposa e filho ficariam na posse dos sequestrados até que eles conseguissem, com outro indivíduo que estaria na agência bancária, os valores que estavam no cofre. Esse terceiro envolvido, ao entrar na agência, apresentou vídeos das vítimas sendo ameaçadas com arma de fogo em um canavial, mostrando para a gerente e para o vigilante. Tentou-se fazer a abertura do cofre, mas, devido a um dispositivo de segurança, não conseguiram abrir. A partir daí, esse indivíduo desistiu da empreitada, roubou a arma do vigilante e saiu do local."