A pandemia da COVID-19 ainda não acabou, mas dados estatísticos levantados durante os seis meses do enfrentamento da doença, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), apontam uma redução nas notificações e novos casos do novo coronavírus desde a segunda quinzena de agosto.
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Protocolo para retorno das aulas presenciais em Minas deve ser divulgado na próxima terçaMacrorregiões de Minas são classificadas na onda amarela; somente Norte segue na verdeCOVID-19: pacientes que morreram em Sete Lagoas tinham alguma comorbidadeMortes pela COVID-19 superam as 7 mil em Minas Gerais; mais de 4 mil casos são confirmados em 24 horasPBH divulga protocolo para volta da Feira Hippie no domingo (27)Transmissão da COVID-19 desacelera em BH e volta à fase controladaItabirito registra menor número de internações desde o início da pandemia Caminhão pega fogo na BR-040 em ContagemO informe epidemiológico mostra que nos primeiros 20 dias de setembro houve uma queda de 42% nas notificações dos novos casos da COVID-19 no município. Além disso, o estudo traça um perfil dos infectados por faixa etária, por comorbidades e óbitos. Apesar de o vírus ainda estar circulando, pelo cálculo da média móvel, do período compreendido entre 13 a 19 de setembro, Betim registrou 150 notificações ao dia. Em julho, a média chegou a ser três vezes maior, 455 notificações por dia.
O perfil dos pacientes notificados é, em sua quase maioria, de cor parda (47,8%), seguido pela cor branca (20,9%) e do sexo feminino (52,2%). Houve a percepção do aumento da circulação do vírus dentro do ambiente de trabalho, com ocorrência de surtos.
Nesses seis meses de análises, houve 35 surtos de COVID-19 em empresas, unidades de saúde e instituições de longa permanência e privados de liberdade, em Betim. A situação foi agravada a partir de junho, com 15 surtos finalizados e 20 em monitoramento pela vigilância epidemiológica.
Entre os profissionais da saúde, a categoria que mais procurou atendimento médico com sintomas gripais foi o técnico/auxiliar de enfermagem, representando 38,7% dos casos. O segundo lugar é ocupado pelos enfermeiros, com 10,7%.
O perfil dos pacientes positivos para a COVID-19 é em sua maioria do sexo masculino, cuja faixa etária com 60 anos ou mais, representando 53% dos casos. A cardiopatia e a diabetes foram as comorbidades mais relatadas. Apesar da incidência maior entre os homens, a letalidade maior ocorre entre as mulheres (51,5%), especialmente naquelas com idade entre 40 e 59 anos e com 80 anos ou mais.
Mortes pela COVID-19
O número de óbitos também apresentou redução. Até o último sábado (19), foram confirmados 14 óbitos por Covid-19, com registro máximo de dois óbitos no mesmo dia. A incidência de mortes, ao longo dos meses anteriores, foi maior. Em julho foram 68 mortes e Agosto 75. A primeira morte pela doença em Betim foi registrada em 28 de abril e desde então a cidade acumula um total de 197 óbitos pelo novo coronavírus.
Para 23 óbitos, não foram relacionadas comorbidades. Desses, 15 tinham a idade como o único fator de risco e oito não foi registrada doença crônica ou outro fator de risco.
Até o fechamento do estudo, 19 de setembro, foram notificados 40.206 casos: 38.118 casos de síndrome gripal (SG) e 2.088 de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). A taxa de incidência da doença está em 1.289 casos confirmados para cada 100 mil habitantes. A taxa de letalidade é de 3,5%.
Outro índice que retrata a desaceleração da pandemia em Betim é a taxa de internação dos leitos exclusivos da Covid-19. Em 20 de setembro, a taxa de ocupação dos 115 leitos clínicos era de 21%, com 16 pacientes internados. Já a taxa de ocupação dos 105 leitos de UTI era de 57%, com 38 pacientes.
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência
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