Desde o ano passado que o consumo de bebidas em lata vem crescendo. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Latas de Alumínio (Abralatas), o setor registrou crescimento de 13,7% em 2019, frente ao ano anterior.
E, em 2020, o crescimento deve ser ainda maior, em virtude do aumento do consumo por conta da pandemia, que obrigou muita gente a ficar em casa e, consequentemente, a optar pelo consumo de bebidas em latas, mais frequente nos supermercados. Em 2009, as latas representavam 32% do mercado de cerveja e, neste ano, devem passar de 50%. Ao todo, as quatro fabricantes de latinhas instaladas no Brasil venderam 29,6 bilhões de unidades no ano passado, de acordo com a Abralatas.
Para se juntar a esse cenário em expansão, a Ambev deu início nesta quinta-feira (24) à operação de sua primeira fábrica de latas, localizada em Sete Lagoas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a primeira de uma indústria de bebidas no país.
O investimento foi de mais de R$ 700 milhões na construção da fábrica de latas e tampas, que permitirá à Ambev levar aos mineiros uma bebida produzida, desde a receita até a embalagem, 100% em Minas Gerais. A unidade tem capacidade de produção de 1,5 bilhão de latas por ano.
Alumínio reciclado
Construída em uma área de 45 mil metros quadrados, a unidade abriga duas linhas de produção de latas, uma linha de tampas e funcionará com energia 100% renovável. Além disso, todo o alumínio usado na produção da fábrica é nacional, sendo que 75% é reciclado.
“Há um ano, quando começamos a construir essa nova unidade, queríamos aumentar nossa capacidade. Era um projeto olhando o longo prazo. Assim que vimos a alta demanda por latas, aceleramos as obras para conseguir atender a essa demanda crescente”, disse Mauricio Soufen, vice-presidente fabril da Ambev, lembrando que a nova unidade está gerando cerca de 350 empregos diretos.
Economia sustentável
A sustentabilidade é um dos seus principais pilares da lata de alumínio para conquistar o mercado de bebidas. Atualmente, o Brasil possui uma das maiores taxas de reciclagem do mundo, com 97,3%.
“O desafio aqui é aumentar o envolvimento do consumidor nessa causa. Acredito que a lata tem uma grande sinergia com a geração que está alcançando o poder de compra. Com esse crescimento potencial, prevejo um mercado em expansão dentro de cinco anos, com uma ampla gama de produtos, mais unidades fabris e o mais importante de tudo, a população o reconhecerá como o pacote mais sustentável do planeta”, analisa o presidente executivo da Abralatas, Cátilo Cândido.