Jornal Estado de Minas

Pandemia

COVID-19: Só três das 11 microrregiões da Zona da Mata estão na onda verde

Das 11 microrregiões Zona da Mata mineira que estão seguindo o programa do governo estadual Minas Consciente, quatro retrocederam em termos de liberação das atividades econômicas, indo da onda verde para a amarela. Cinco continuam na mesma – duas na amarela e três na verde –, e as microrregiões de Ubá e Congonhas migraram da fase mais restritiva do plano, a vermelha, para a amarela.



Essas 11 microrregiões fazem parte de duas macrorregiões: Sudeste e Centro-Sul. Caso aprovadas pelas prefeituras, as orientações de migração de onda definidas pelo governo do estado passam a valer a partir deste sábado (26).

programa Minas Consciente prevê a progressão ou a regressão conforme os indicadores municipais de incidência da COVID-19, capacidade de atendimento da rede pública de saúde e velocidade de avanço da doença. A intenção do governo estadual, ao indicar a onda às cidades, macro e microrregiões é orientar a retomada segura das atividades econômicas nos municípios.

Os piores resultados concentram-se nas microrregiões de Juiz de Fora/Lima Duarte/Bicas e São João Nepomuceno – essa microrregião leva o nome desses quatro municípios – Muriaé, Barbacena e São João del-Rei, que saíram da onda verde e foram para a amarela.



Na quarta-feira (23), o prefeito de Juiz de Fora, Antônio Almas alertou para a possibilidade da segunda onda de contágio na cidade, em virtude dos números crescentes de casos confirmados e aumento de internações.

Mesmo com alta constante do número de casos e o maior acumulado de ocorrências – 3.230 casos nesta sexta-feira (25) – e mortes (122 óbitos) da Zona da Mata, atrás apenas de Juiz de Fora, Muriaé decidiu, nesta sexta, seguir apenas parte das determinações do governo estadual quanto às normas da onda amarela.

O funcionamento das atividades comerciais manteve-se liberado, bem como as reuniões com até 60 pessoas. O horário do comércio também não foi restringido. 

A única proibição foi a da disposição de mesas externas em bares, lanchonetes, restaurantes e congêneres, além da adoção da permanência de um aluno a cada 10 metros quadrados em academias.



Já as microrregiões de Além Paraíba e Carangola continuam na onda amarela.

Também não mudaram as microrregiões de Conselheiro Lafaiete, Leopoldina/Cataguases e Santos Dumont. Essas três últimas continuam na verde. As microrregiões de Ubá e Congonhas progrediram da onda vermelha para a amarela.

Números em Ubá


O assessor técnico da Secretaria Municipal de Saúde de Ubá, Kleber Peppe, afirma que a cidade esteve na onda vermelha por um problema no sistema do SUS Fácil, quando 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para COVID-19 migraram para o Sistema Único de Saúde (SUS) e saíram do sistema.

“Com isso nossa taxa de ocupação subiu e fomos para o nível vermelho, o que foi, rapidamente, corrigido pelo estado”, recorda.

Ele considera correta a flexibilização: “Trabalhamos para evitar a transmissão o mais rápido possível. Aumentamos a atenção primária, com esse foco, de 60% para 80% dos profissionais empenhados. Impedir que as pessoas contaminadas voltem ao convívio, mas não é o isolamento geral muito restritivo que possibilita isso. Viemos de um tempo muito grande de reclusão, e as pessoas estavam burlando as regras. É melhor flexibilizar para podermos colocar as normas de como as atividades podem voltar, paulatinamente e com cautela, a funcionar”, avalia. 



Aumento na taxa de ocupação


A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Superintendência Regional de Saúde de Juiz de Fora, afirma que, última semana, foi identificado, na macrorregião Sudeste, aumento na taxa de ocupação de leitos UTI para as infecções pelo novo coronavírus.

Além disso, houve elevação no número de contaminados, se comparado ao início deste mês. A SES reforça que as medidas preventivas são os meios mais eficazes contra a avanço da doença. 

Segundo a Superintendente da Regional de Saúde de Barbacena, microrregião-pólo da macrorregião Centro-Sul, Hérica Vieira Santos, as orientações da população devem ser adotadas independentemente de qual onda do Minas Consciente a macro ou micro se encontram.

“Esses movimentos de avanço e retrocesso no programa são necessários e todos têm ciência dessa situação. Por isso, os municípios da macro Centro-Sul têm seguido em conjunto, tentando se manter na onda amarela por maior tempo”, afirma.