O primeiro dia de reabertura dos clubes de lazer em Belo Horizonte não foi de muito movimento no Pampulha Iate Clube (PIC) e no Iate Tênis Clube (ITC). Fechados por quase seis meses por causa da pandemia de COVID-19, a reocupação pelos sócios começou de forma tímida.
“Ainda está um pouco cedo, por ser o primeiro dia, mas achei que viriam mais pessoas”, revela Wilson Alvarenga, presidente do PIC.
Até o início da tarde, aproximadamente 800 pessoas já haviam passado pelo clube. Por causa do distanciamento, a capacidade do local foi limitada a 2 mil pessoas por dia simultaneamente. O clube suspendeu a emissão de convites, para privilegiar os sócios.
Os protocolos de segurança tem sido uma das principais preocupações dos administradores dos clubes.
“Todos estão cumprindo as medidas de segurança. Um ou outro caso pontual de descumprimento, de pessoa sem máscara, mas a gente conversa e eles aceitam numa boa. Fizemos um esforço tremendo para higienizar totalmente o clube. Fui pessoalmente de uma ponta à outra do clube, que é bem grande, e está tudo dentro do planejado. Álcool, tapete sanitizante, pessoal treinado.”, afirma o Alvarenga.
Os sócios presentes, obviamente, aprovaram a reabertura do espaço. Segundo o engenheiro Sérgio Leite, retornar ao clube foi essencial para a manutenção da sua saúde.
“Um pessoa com a minha idade, 74 anos, levantava cedo para ir ao clube, jogar tenis, peteca, conversar com os amigos. Por mais que a pessoa tenha um padrão de vida bom, more num belo apartamento, lá não bate sol. Quem é obrigado a ficar confinado, corre o risco de entrar em depressão”.
O Iate Tênis Clube foi o local perfeito para quem estava à procura de sossego. Dos 1.200 sócios, apenas 200 haviam comparecido às dependências do clube na manhã deste sábado.
A jornalista Delma Lopes, sócia do clube, conta que sentia falta de um programa ao ar livre, mas sem se descuidar das medidas de higiene e distanciamento.
“Nesse período de isolamento cumpri bem o que foi determinado
Trabalho em casa, como mentora de comunicação e queria sentir o vento bater na cara, ver pessoas. Mas não estamos seguros para frequentar aglomerações. Estamos paramentados, seguindo determinações, com muita cautela. Como aqui está todo mundo distanciado, sinto que estamos seguros”.
Ela revela que manteve o pagamento das mensalidades do clube mesmo sem poder utilizar o espaço. Contudo, vários clubes sofreram com a inadimplência durante a pandemia. O Iate chegou a perder 60% de sua receita, como conta o vice-presidente, José Carlos Paranhos.
“Houve uma procura grande do pessoal que estava inadimplente para voltar a pagar. Chegamos a perder em torno de 60% da receita. Foi um baque violento. A maioria suspendeu a cota ou simplesmente parou de pagar. Estamos dando a oportunidade de parcelamento da dívida em várias vezes. A gente precisa dos sócios. Sem eles, nao conseguimos sobreviver”, afirma.