Jornal Estado de Minas

INCÊNDIO

Fogo segue sem controle na Serra do Cipó; bombeiros trabalham desde domingo

Um dos maiores incêndios da história no Parque Nacional da Serra do Cipó e nas áreas limítrofes, na Região Central do estado, segue sem controle na tarde desta quarta-feira (30).



"Estamos em três grandes linhas de combate ao fogo. O combate tem evoluído bem, com o auxílio de um helicóptero e uma outra aeronave. Estamos trabalhando dia e noite e só vamos sair daqui quando o fogo for completamente extinto", disse o capitão do Corpo de Bombeiros, Tiago Costa. De acordo com ele, nesta tarde, trabalham 21 militares do Corpo de Bombeiros e 35 brigadistas.

Ele explica que as causas do incêndio são desconhecidas e que a área queimada ainda não foi calculada. "Estamos trabalhando diretamente para o controle da situação. Posteriormente, tudo isso será levantado", disse. Mas ressalta que é um incêndio de grandes proporções e que causará enorme prejuízo à fauna e à flora.

Ele explica que, além do tempo seco, o grande complicador é o acesso aos focos de incêndio. "O deslocamento é muito complicado, o relevo muito acidentando. Muitas pedras soltas", acrescentou.

Incêndio na Serra do Cipó: brigadistas e moradores atuam juntos para combater o fogo

Frederico Aristides Alves Marques, de 29 anos, é morador de São José da Serra - nas proximidades do parque - desde que nasceu e conta que há pelo menos sete anos os residentes não se deparavam com fogo na tamanha proporção.



"A situação ainda é muito complicada. O fogo está chegando perto de algumas casas", relatou. "Os bombeiros estão trabalhando muito, mas não conseguiram controlar o fogo. Está ventando muito, acho que a situação se agravou", acrescentou.

Moradores tentam se organizar para, mesmo sem treinamento, ajudar a defender suas casas e as de parentes, em meio aos caos instalado por conta dos inúmeros focos de incêndio registrados em vários distritos dos municípios de Lagoa Santa, Jaboticatubas, Santana do Riacho e imediações. Na manhã desta quarta-feira (30), o ICM Bios comunicou o fechamento do parque "até que o incêndio seja debelado".

Cronograma da tragédia


Em nota, a assessoria do ICMBio Cipó-Pedreira, em parceria com o Corpo de Bombeiros e Voluntários, divulgou que desde o dia 27 eles atuam incessantemente no combate às chamas. Segundo apuração preliminar oficial, de acordo com os dados do satélite, o incêndio começou por volta das 18h30 de domingo (27), em uma área externa do parque.



Na madrugada do dia 28, foi feito o primeiro ataque ao fogo em um ponto localizado a 500 metros do limite do Parque Nacional da Serra do Cipó. Na mesma manhã, brigadistas se dirigiram para as áreas de Lagoa Dourada, Várzea do Garrote e Capão dos Palmitos.

Na mesma noite, Brigadistas do Esquadrão Altamira começaram o deslocamento para conter a linha de fogo que segue para Confins e, em seguida, seguiram para a comunidade de Altamira, ao sul do abrigo do Garça, onde combateram o fogo a noite inteira. Da manhã até o final da tarde de segunda (28), iniciaram as operações de combate feitas da base na portaria Areais pelo Esquadrão Serra do Cipó, sendo 11 brigadistas, quatro voluntários e 12 bombeiros, entre eles a tripulação do Helicóptero Arcanjo.

Todos os dias, o combate se estende até as 17h. Nessa terça-feira (29) o trabalho de combate recebeu o reforço de dois caminhões pipas fornecidos pela Prefeitura de Santana do Riacho.

Um novo boletim será divulgado pelo ICMBio Cipó-Pedreira no fim da tarde desta quarta-feira.